Generais do Alto Comando do Exército avaliaram, segundo a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, como “correta” a operação deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (29) contra o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes.
O militar foi alvo da 18ª fase da operação Lesa Pátria, que investiga os responsáveis pelas invasões golpistas às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023 em Brasília.
Autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão contra Ridauto. A Justiça também bloqueou ativos e valores do militar.
Segundo generais ouvidos pela coluna sob reserva, a avaliação positiva da operação contra Ridauto é baseada em informações de que há provas da ligação do militar com o “planejamento” dos atos do 8 de janeiro.
General poderá perder o posto
Integrantes do Alto Comando do Exército ressaltaram ao Igor Gadelha, que, mesmo estando na reserva, Ridauto poderá ser alvo da Justiça Militar, se condenado criminalmente pela Justiça comum.
“Caso condenado, mesmo na reserva, ele pode perder o posto. E isso é homologado pela Justiça Militar”, explicou à coluna um general que integra o Alto Comando do Exército.
Em nota oficial, o Exército afirmou que Ridauto está na reserva e não ocupa cargo ou desempenha função na Força. Ressaltou ainda que não se manifesta no curso de processos de investigação de outros órgãos.
Quem é o general Ridauto
Ridauto é ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde durante a gestão Eduardo Pazuello, de quem é próximo. Ele foi nomeado para o cargo em julho de 2021 e ficou até o final do governo Jair Bolsonaro.
O general assumiu o cargo na pasta no lugar de Roberto Dias Ferreira, exonerado do posto após ser acusado de pedir propina para fechar um contrato para compra de vacina contra Covid-19 durante a pandemia.
Ridauto integrou as Forças Especiais do Exército. Ele foi um dos militares que visitaram na prisão o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.