Elemento de impacto direto na rotina das pessoas, o tempo, com a possibilidade de chuva ou de sol, influencia desde a roupa ou sapato que elas vão utilizar ao horário de sair de casa. Há ainda aqueles casos mais graves, em que a probabilidade de chuva estar associada ao medo de ser vítima de um desastre, como deslizamentos ou desabamentos.
Nesse sentido, números, gráficos, mapas e equipamentos de monitoramento compõem as análises de risco meteorológico da Defesa Civil de Salvador (Codesal), com o objetivo de prever e prevenir desastres e prezar pela vida dos soteropolitanos.
Através de um trabalho conjunto com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), engenheiros e meteorologistas monitoram em regime de plantão, 24h por dia, no Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil, na Avenida Bonocô, a possibilidade de chuva, através da análise do potencial de precipitação, a velocidade dos ventos e o volume de chuva em toda a cidade.
Um total de 38 pluviômetros, 20 do Inmet e 18 da Codesal, estão espalhados por toda Salvador conforme reportagem publicada pelo Bahia Notícias.
Segundo publicação, os equipamentos recolhem e medem, em milímetros lineares, a quantidade de chuva, e são atualizados a cada cinco minutos. Esse acompanhamento gera um gráfico que escalona os bairros da capital de acordo com o volume de chuva registrado.
Segundo a Codesal, a análise do potencial de precipitação prevê, com 90% de chance de certeza, a possibilidade de chuva em até 72 horas. O sistema é atualizado a cada 10 minutos e acompanhado pelos técnicos. Imagens de radar mostram a existência ou não de pontos de chuva.
Entre as diversas informações distribuídas e acompanhadas nos muitos monitores da Central, o nível de criticidade, cuja escala vai do estágio de observação até estado de alerta máximo, de sete regiões específicas recebem mais atenção. São elas Pedro Ferrão, Baixa de Santa Rita, Mamede, Bom Juá, Vila Picasso, Calabetão e Vila da Pátria, consideradas pelos técnicos da Codesal áreas de risco e que por esse motivo receberam o sistema de Alarme e Alerta.
De acordo com o diretor da Codesal, Sosthenes Macêdo, o sistema de emergência é acionado quando o volume de chuva nesses locais chega ao limite protocolar de 150 milímetros. “Ao chegar nesse índice o sistema é acionado, antes da sirene tocar a população recebe uma mensagem de texto no celular informando que ela vai ser acionada”, explicou Macêdo.
Para que o sistema funcione da maneira esperada, a Codesal realiza um mapeamento de risco e de ocupação e conta com a colaboração de moradores voluntários capacitados para ajudar em situações de emergência.
Segundo Sosthenes, durante o mapeamento cada uma das residências de uma área de risco recebe visita dos técnicos da Defesa Civil e são levantados dados referentes ao grau de risco da casa, número de moradores, idade, existência ou não de deficientes, idosos, crianças e pessoas com dificuldades de mobilidade. “Deste modo, é possível dimensionar e planejar a maneira correta de evacuar a área”, esclareceu diretor da Codesal.
Cada uma das áreas de risco conta com uma base de apoio, que é uma escola municipal da localidade. “Nessa base de apoio os prepostos de outros organismos do sistema municipal de Proteção e Defesa Civil já vão estar lá pra recepcionar as pessoas. Antes mesmo de acionar a sirene e de mandar o SMS a gente já aciona os órgãos”, explicou Sosthenes ao citar a Guarda Civil Municipal e a Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps).
Entre os meses de abril a junho as ações de prevenção de desastres são intensificadas pelo órgão durante a Operação Chuva. Vistorias, recomendações, além da aplicação de lonas e geomantas em encostas com risco de deslizamento, estão entre as ações da Defesa Civil para a preparação para o período de chuva.