O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, lançou segundo Matheus Pichonelli, do Yahoo, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro a candidata a presidente em mais de uma entrevista.
De duas, uma.
Ou o cotejo era jogo de cena, uma forma de pressionar Jair Bolsonaro (PL) a interromper o período sabático nos EUA e voltar ao Brasil para domar as feras hoje abrigadas em seu partido, como já pediu com todas as letras em outra entrevista, ou o projeto Michelle 2026 já está em curso.
Está ou estava.
Desde o último fim de semana, Michelle virou tema do noticiário diante da revelação, feita pelo jornal O Estado de S.Paulo, que ela seria a destinatária de um conjunto de brincos e colar de diamantes avaliado em R$ 16,5 milhões. As peças seriam um presente da Arábia Saudita à então primeira-dama.
Michelle poderia se lançar candidata daqui a menos de quatro anos com diamantes por todo o corpo desde que ela tivesse pago os devidos impostos sobre importação de produto estrangeiro. Algo em torno de 40% do produto.
Não foi o caso, como mostra o passo-a-passo reconstituído pelo Estadão sobre os esforços de Jair Bolsonaro (PL) em obter a mercadoria. Um de seus ministros escalados para a missão e agora suspeito de omitir mercadoria da Receita jura que tudo seria declarado como presente ao Estado brasileiro e incorporado ao acervo presidencial.
A história, mal contada sob qualquer ângulo por onde se olha, joga areia na engrenagem até então polida por Costa Neto para testar a viabilidade eleitoral de Michelle Bolsonaro, seja como candidata, seja como cabo eleitoral.
Daqui em diante, assim como já aconteceu em relação aos cheques de R$ 89 mil depositados em sua conta por Fabrício de Queiroz, peça-chave nas investigações sobre as supostas rachadinhas promovidas pelo clã Bolsonaro, Michelle será confrontada sobre a história das joias toda vez que aparecer em público.
Isso na melhor das hipóteses – para ela e os arquitetos de sua possível candidatura.
A tendência é que as pontas soltas da história resultem em uma investigação de fato sobre as razões para tantas joias serem trazidas da Arábia Saudita sem aval da Receita.
Esse fio pode se desdobrar em uma meada considerável a ponto de se converter em um possível processo por descaminho ou mesmo uma investigação aprofundada sobre possíveis interesses dos sauditas em outras joias. As joias brasileiras.