A principal produtora brasileira de sake – também chamado de saquê no Brasil – completa 90 anos em 2024. Fundada na cidade de Campinas (SP), a Azuma, nasceu com o objetivo de levar um pouco do Japão para para a colônia japonesa no Brasil.
Em entrevista para o site IstoÉ Dinheiro, o diretor da companhia, o japonês Hideyuki Ozaki, conta que, na época, o principal desafio da produção era adaptar a temperatura de produção.
“O Brasil é um país tropical e o principal desafio foi a temperatura na produção, porque é preciso uma temperatura controlada para a produção. A nossa fábrica é na cidade de Campinas, que é quente, então tivemos que investir em ar-condicionado para produzir um saquê de qualidade”, contou.
Outro desafio da companhia, foi ampliar o mercado além da comunidade japonesa no país. Foi graças à criatividade do brasileiro em adaptar os ingredientes ao seu paladar e hábitos de consumo que o mercado consumir de saquê cresceu no país. Com a sakerinha, bebida baseada na tradicional caipirinha, a Azuma viu que havia um espaço grande para ser explorado no mercado da coquetelaria.
A empresa foi adquirida pela gigante japonesa Kikkoman em abril de 2020.
Saquês saborizados
Segundo informações da Associação Japonesa Fabricante de Sake e Schochu, de 2012 a 2022 houve um aumento de 296% no consumo da bebida no país.
Dados do governo japonês indicam que, de 2020 para cá, a importação da bebida para o Brasil subiu cerca de 20% ao ano, podendo ultrapassar 250 mil litros até o fim de 2023.
Como é feito o sakê?
O saquê é uma bebida fermentada à base de arroz. Para produzir a bebida, os grãos de arroz precisam ser polidos para que o amido dentro dele fique exposto. Em seguida, é feito o cozimento e entra em cena o Koji, fungo que vai fazer com que o amido se transforme em álcool.
Outra especificidade é que o processo de fermentação precisa ser realizado com temperatura controlada, por isso é necessário que a fábrica tenha um espaço refrigerado somente pra isso. A água é outro ingrediente importante, e a escolha do local da fábrica, em Campinas, levou isso em consideração.
Ozaki aponta que 100% da matéria prima utilizada pela Azuma é nacional e que por conta da colheita do arroz ser única e ter acontecido no começo do outono, as enchentes no Rio Grande do Sul não afetaram a produção.
A empresa não divulgou números de produção e faturamento.