Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e integrantes do Judiciário avaliam segundo Bela Megale, do O Globo. que a prisão do coronel Mauro Cid pode tirar o ex-ministro Anderson Torres do foco e ter efeitos colaterais em seu caso.
Como ex-ajudante de ordens da Presidência, Cid era uma figura mais próxima a Bolsonaro que Torres. Por isso, a leitura é que o ex-ministro e ex-secretário pode se beneficiar conforme a colunista ao sair dos holofotes. Ex-ministros do governo Bolsonaro avaliam que Cid tem mais informações sobre Bolsonaro, já que ficou colado nele durante a sua gestão e, por isso, possui maior potencial de colaborar com ações e investigações que correm contra o capitão.
Além disso, o militar angariou uma lista vasta de inimigos enquanto era o braço-direito do ex-presidente, pela influência que exercia junto a Bolsonaro em temas considerados cruciais para sua derrota nas urnas, como o questionamento da vacina contra a Covid-19. Torres, segundo ex-integrantes do governo Bolsonaro, teria mais aliados trabalhando a seu favor junto ao Judiciário, enquanto Cid estaria “isolado”.
O ex-ministro da Justiça está preso desde janeiro sob suspeita de conivência e omissão em relação aos atos golpistas do dia 8. O Ministério Público federal chegou a defender a revogação da prisão de Torres, mas a medida não foi acatada pelo ministro Alexandre de Moraes. Um novo pedido de liberdade foi negado por Luís Roberto Barroso, na semana passada, sob a justificativa de que o instrumento do habeas corpus não pode ser usado para rever a decisão de um magistrado.
Hoje há um pedido para que o caso seja analisado pelo plenário do STF. A defesa solicita que a corte autorize a prisão domiciliar de Torres ou que determine medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.