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quarta-feira 21 de setembro de 2022 às 11:01h

Como a contraofensiva ucraniana levou à ameaça nuclear russa

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Depois de sete meses de ofensiva, o presidente Vladimir Putin intensificou nesta quarta-feira (21) o conflito na Ucrânia, com a mobilização de 300.000 reservistas e a ameaça de utilizar armamento nuclear. A seguir, um resumo do que provocou a escalada no conflito:

 Por que agora?

Desde que a Rússia iniciou o ataque à Ucrânia em 24 de fevereiro, o Kremlin não para de repetir que tudo acontece “de acordo com o planejado”. Mesmo quando se viu obrigado a abandonar a ofensiva em Kiev e recuar para o leste.

No início de setembro, as coisas mudaram: as forças ucranianas, armadas pelo Ocidente, forçaram os russos a sair da região de Kharkiv (nordeste) e a recuar na bacia do Donbass (leste) e em Kherson (sul).

Além disso, os grandes países emergentes, cujo apoio Putin espera obter para sua causa anti-Ocidente, começaram a demonstrar impaciência.

Na semana passada, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse a Putin que não é o momento de fazer guerra. E o chefe de Estado russo afirmou que o presidente chinês, Xi Jinping, expressou suas “inquietações”.

“Recebeu, dos países não ocidentais, o sinal de que deve terminar o mais rápido possível”, escreveu Alexander Baunov, que já foi analista do Centro Carnegie de Moscou, fechado pelo governo russo este ano.

 Anexação e bomba atômica

Com a atual situação, a Rússia tenta retomar a iniciativa e na terça-feira anunciou a organização de referendos de anexação em quatro regiões da Ucrânia, controladas ao menos parcialmente por Moscou, que acontecerão de 23 a 27 de setembro.

Como a doutrina militar russa prevê o uso da arma nuclear se o território do país for atacado, para o Kremlin este seria o cenário em caso de anexação – mesmo sem o reconhecimento das fronteiras por qualquer outro Estado do mundo.

Com as votações, que o Ocidente chama de “farsas”, o que a Rússia pretende é interromper a contraofensiva ucraniana e as entregas de armas ocidentais.

Na terça-feira, a diretora do canal de televisão público russo RT, Margarita Simonian, escreveu no Twitter que esta semana seria o “prelúdio da nossa vitória iminente”, ou então, da “guerra nuclear”.

Mobilizar quem e por que?

A mobilização parcial anunciada envolve 300.000 reservistas, com prioridade para pessoas com experiência militar.

Não foram divulgados muitos detalhes, exceto que os convocados serão treinados e receberão equipamentos adequados. O governo não divulgou um calendário.

Os estudantes e recrutas do contingente não serão enviados à frente de batalha, prometeram as autoridades russas.

De acordo com o presidente da Comissão de Defesa do Parlamento, Andrei Kartapolov, a medida vai afetar principalmente soldados e suboficiais reservistas de menos de 35 anos, assim como os suboficiais reservistas de menos de 45 anos.

O ministro da Defesa, Serguei Shoigu, explicou que a mobilização é necessária para manter os territórios ocupados na Ucrânia.

A linha de frente “é de mais de 1.000 km. Evidentemente temos que reforçar esta linha e a retaguarda”, disse.

Uma aposta de Putin?

Desde o anúncio dos referendos de anexação, na terça-feira, o Kremlin parece apostar na escalada do conflito para obter uma rendição da Ucrânia – e isso inclui a opção nuclear sobre a mesa.

“É um ultimato da Rússia à Ucrânia e ao Ocidente: ou a Ucrânia recua ou acontecerá uma guerra nuclear”, afirmou a analista independente Tatiana Stanovaya no Telegram.

Nesta quarta-feira, Vladimir Putin fez questão de ressaltar que “não é um blefe”.

O Ocidente expressa apoio à Ucrânia há sete meses, com ajuda militar e financeira.

No plano militar, a mobilização pode ser insuficiente para mudar a realidade dos combates, ao menos de maneira imediata, porque formar, equipar e enviar 300.000 militares à frente de batalha representa um enorme desafio logístico para a Rússia.

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