O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, chamou de “oportunismo sem legitimidade” o recém-criado “Comitê BrizoLula”, grupo formado pelo diretório estadual do PT no Rio de Janeiro para, segundo o partido, unir a militância petista a “históricos brizolistas” que apoiam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O nome da iniciativa irritou o dirigente porque faz referência a Leonel Brizola, um dos fundadores do PDT. Ambas as siglas têm pré-candidaturas próprias ao Planalto nestas eleições.
Lupi afirmou no Estadão, que a criação do comitê é uma provocação à sua legenda. Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência pelo partido, tem endurecido críticas contra Lula nos últimos meses, deteriorando o clima entre as siglas. Além disso, o evento de inauguração do grupo terá Marcelo Freixo (PSB) como um dos destaques. Ele tem o apoio do PT para se lançar ao governo do Rio, disputando contra Rodrigo Neves, do PDT.
Como mostrou o Estadão, o PT tem feito investidas contra a pré-candidatura de Ciro. A campanha do ex-presidente faz pressão para que o pedetista desista da corrida presidencial. Segundo Lupi, apesar das frequentes “provocações”, como o próprio comitê, não há “nenhuma hipótese” de a legenda retirar sua candidatura própria ao Planalto. “Ciro vai até o final”, disse.
Além de Freixo, o evento de inauguração, na tarde desta segunda-feira, terá André Ceciliano (PT), presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
O grupo foi anunciado pelo diretório fluminense do PT como uma tentativa de unidade para vencer o bolsonarismo. O cartaz que chama para a inauguração do comitê usa uma imagem de Brizola ao lado de Lula, o que também enervou o dirigente pedetista. “É um oportunismo sem legitimidade”, afirmou Lupi, acrescentando que nenhum militante do PDT participará do grupo petista.
O encontro também é defendido pelo neto petista de Brizola, o pré-candidato a deputado federal Leonel Brizola Neto (PT-RJ). Segundo o presidente do PDT, porém, nenhum nome realmente importante do partido fará parte do comitê.