Contrariando a tradição, os integrantes da Comissão de Ética da Presidência estão se articulando para manter na presidência do colegiado Paulo Henrique Santos Lucon, nome alinhado ao governo Bolsonaro.
As negociações para a recondução começaram segundo Bela Megale, depois que Erick Vidigal, que seria o próximo nome a assumir o posto, votou contra o arquivamento do caso do chefe da Secom, Fabio Wajngarten, sem investigá-lo.
Assim como em tribunais superiores, ocupa a presidência da comissão o integrante mais antigo e que ainda não exerceu a função. A queda de braço terá desfecho na próxima reunião, em março.
Como noticiou o jornal “Folha S. Paulo”, Wajngarten é sócio, com 95% das cotas, de uma empresa privada, a FW Comunicação, que recebe recursos de TVs e agências contratadas pela própria Secom, ministérios e estatais do governo Bolsonaro. Na gestão dele, elas passaram a ser contempladas com percentuais maiores da verba da secretaria. Entre os clientes, também está a Igreja Universal do Reino de Deus.
Na terça (18), contrariando seus precedentes, o colegiado aceitou os argumentos de Wajngarten e decidiu arquivar denúncia sobre possível conflito de interesses na dupla atuação do secretário. Ele nega irregularidades.