sexta-feira 22 de novembro de 2024
Membros do colegiado conheceram estruturas como, pavilhões, colégio, área de cultivo de hortaliças e criação de suínos Foto: Juliana Andrade/Agência ALBA
Home / NOTÍCIAS / Comissão de Direitos Humanos da AL-BA visita Conjunto Penal de Feira de Santana
sexta-feira 27 de outubro de 2023 às 06:27h

Comissão de Direitos Humanos da AL-BA visita Conjunto Penal de Feira de Santana

NOTÍCIAS


A Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) realizou, na tarde desta última quinta-feira (26), uma visita ao Conjunto Penal de Feira de Santana. Estiveram presentes o presidente do colegiado, deputado Pablo Roberto (PSDB), o deputado Hilton Coelho (PSol) e a deputada Ludmilla Fiscina (PV). O grupo foi recepcionado pelo diretor do local, José Freitas Júnior, que fez a apresentação do espaço gerido pela Secretaria estadual e Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap).

Conforme relatado pelo diretor, uma das dificuldades enfrentadas pela gestão é o baixo número de policiais penais. Atualmente, 140 agentes fazem a segurança prisional. Ele explicou que precisaria de, ao menos, mais 120 policiais para implementar melhorias na rotina da unidade. Para exemplificar a necessidade de aumento no corpo de segurança, o gestor contou que possui 12 agentes fazendo a segurança por dia, mas o ideal seriam 40. Esse deficit, detalhou, dificulta a realização de ações, como o acompanhamento de presos em atividades rotineiras.

Ainda na apresentação da unidade prisional, José Júnior informou que o conjunto penal possui capacidade para 1.356 detentos, mas abriga, atualmente, 1.730. No local, os presos realizam atividades como cultivo de hortaliças, cuidam da criação de porcos e frangos e também estudam em um anexo do Colégio Integral de Feira de Santana, que está localizada dentro do complexo.

Os parlamentares puderam conhecer estruturas como o colégio, composto por nove salas de aula, biblioteca, sanitários, cozinha, sala para professores; a área de cultivo de hortaliças e a criação dos suínos; bem como os pavilhões dos homens e os das mulheres. Nestes locais, ouviram relatos de detentos e detentas que externaram as inquietações vivenciadas no espaço e fizeram queixas sobre o tratamento recebido. O grupo também conheceu o serviço prestado pela Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA), no âmbito do programa Liberdade na Estrada, que consiste no atendimento individual e na análise processual dos detentos oriundos de comarcas que não possuem unidades do órgão assistencial.

Após conhecer a unidade prisional e ouvir os presos e presas, o deputado Pablo Roberto falou a respeito dos próximos passos. “A Comissão de Direitos Humanos tem esse histórico de ir até as unidades prisionais. Após esta visita aqui, um relatório será produzido e apresentado aos demais membros da comissão. Na sua grande maioria, os pedidos ouvidos aqui são para avaliação da situação dos processos. A comissão tem a obrigação de fazer os devidos encaminhamentos”, indicou.

O presidente do colegiado também comentou a respeito da denúncia recebida pela comissão, feita por um juiz que atuava na cidade. “Um dos juízes, aqui de Feira de Santana, fez uma denúncia com relação a uma detenta. Ela fez uma carta, entregou a ele, que pediu providências. Recebemos a denúncia, encaminhamos ofício à Seap e ao Judiciário aqui em Feira de Santana, que nos respondeu, informando quais medidas foram adotadas. A detenta, inclusive, já foi transferida para outra unidade, por determinação de um juiz aqui da cidade”, contextualizou.

“O nosso intuito é conhecer as condições carcerárias em nosso estado e trabalharmos por políticas públicas que promovam, cada vez mais, segurança para a população baiana”, afirmou a deputada Ludmilla Fiscina.

O deputado Hilton Coelho, por sua vez, observou o desejos dos internos e internas em desabafarem sobre a realidade em que vive. “Estas pessoas têm a noção de que, enquanto cidadãs, alguns direitos são negados. Elas têm o reconhecimento de que estão cumprindo pena, mas isso não significa a suspensão dos seus direitos”, enfatizou. O legislador ainda destacou que ouviu relatos e queixas em relação à superlotação e à qualidade da alimentação. “Temos uma horta orgânica produzida pelos internos, mas tivemos a informação de que os alimentos não podem chegar à mesa deles, porque a alimentação é fornecida por uma empresa terceirizada”, pontuou.

Hilton Coelho também afirmou que a comissão deverá encaminhar ofícios à Secretaria de Segurança Pública e ao governador Jerônimo Rodrigues, relatando a necessidade de aumento no número de policiais penais.

Veja também

Bolsonaro pode ser preso após indiciamento? Entenda os próximos passos do processo

Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal nesta quinta-feira (21) pelos crimes de abolição …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!