O comércio varejista baiano registrou uma forte alta de 7,7% no ano de 2024, o que resultou em um faturamento de R$ 221,6 bilhões. Os dados foram divulgados, nesta terça-feira (28), pela Federação do Comércio – Fecomércio-BA, na sua sede e publicado pelo NegóciosBA. O resultado ficou bem acima do esperado pela entidade, que apontava um crescimento de 5%. Para 2025, a expectativa é de um incremento de 6%.
O consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, destacou ao NegóciosBA, que todos os segmentos do comércio registraram alta, com destaque para Farmácias e Perfumarias (16,6%), veículo, motos e peças (9,1%), supermercados (8,8%) e materiais de construção (8,6%). Segundo ele, o crescimento ocorreu, sobretudo, no segundo semestre, com 8,5%, acima do que já havia indicado os primeiros seis meses de 2024 (6,8%).
Guilherme Dietze enfatizou a queda da taxa de desemprego e o aumento da massa de rendimentos como alguns dos impulsionadores das vendas. O desemprego na Bahia, que chegou a 21% em 2020, atingiu o patamar de 9,7%, com uma massa de rendimento de mais de R$13 bilhões, quase 10% superior ao ano anterior. “Podemos confirmar que não se trata de Bolsa Família, como muitos dizem. Os dados podem ser ratificados pelo aumento do estoque de empregos no estado, que saltou de 2,07 milhões para 2,15 milhões”, explicou. O aumento de 9% do crédito também foi citado, com destaque para a alta na concessão voltada para a aquisição de veículos (+30%).
E-Commerce
O comércio eletrônico também segue com tendência de alta na Bahia, que representa 30% de todo o varejo eletrônico no Nordeste e 4,5% no Brasil. O e-commerce no estado saltou de R$ 1,9 bilhão em 2026 para R$ 9,2, o que indica um aumento de 384%. A equivalência é de 6,5% em relação ao varejo físico.
Previsões
O ano de 2025 apresenta preocupações em relação à inflação, que vem sendo puxada pelos alimentos. Dietze lembrou que as projeções já indicam um índice de 5,08% este ano. Ele citou ainda os combustíveis, que sofrem pressão do dólar. “Alimentos e bebidas e combustíveis representam 30% da base de inflação”, afirmou.
O momento é considerado de fragilidade, com o dólar e os juros em alta e sem indicativo de corte de gastos mais rígidos. Com a Taxa Selic devendo chegar a 14,25% em março, a tendência é de desaceleração da economia, mas o emprego, segundo o economista, deve garantir a inadimplência em baixa. Em relação ao PIB, a previsão é que cresça 2,06% este ano.