A desvalorização do peso argentino é mais evidente quando se compara a venda de produtos entre países. Comer carne na Argentina, por exemplo, pode custar a metade do preço em comparação com o Brasil. Um real equivale a 25,36 pesos argentinos, segundo a cotação oficial de sexta-feira (29).
Mas a desvalorização no câmbio paralelo –aquele informal– é ainda maior: 56,26 pesos argentinos. Por isso, o bife de chorizo, uma das carnes nobres mais consumidas no país vizinho, pode custa até R$ 21 em restaurantes como o Chiquillín. O preço varia de R$ 21 a R$ 130 nos estabelecimentos da capital Buenos Aires. O levantamento mostrou um preço médio de R$ 84 nos restaurantes.
No Brasil, o valor varia de R$ 109 a R$ 165. O preço médio aqui é de R$ 138.
Piora nas condições financeiras
O dólar chegou a custar R$ 338 pesos argentinos em julho. A diferença do câmbio oficial para o informal, ou dólar blue, chegou a 160%. O encarecimento da moeda dos Estados Unidos se reflete na inflação da Argentina com o aumento nos preços dos produtos.
O índice de preços acelerou em junho e subiu 64% no acumulado de 12 meses, o maior patamar em 30 anos. Para tentar controlar a alta, o Banco Central da Argentina aumentou a taxa básica de juros para 60% ao ano. Elevou em 8 pontos percentuais.
Além disso, a Argentina também enfrenta escassez de diesel, principalmente devido à guerra na Ucrânia, afetando as cadeias de suprimentos nacionais.