A Lei do Combustível do Futuro ganhou destaque internacional durante o Fórum Econômico Mundial, que reúne os principais representantes do setor de energia entre os dias 20 e 24/01 em Davos, na Suíça. No painel Environmental Economic Factor – Integrating the Socioeconomic Benefit of Biofuels, Alexandre Silveira apresentou, nesta quarta-feira (22), as perspectivas do Brasil a partir do marco legal aprovado em 2024.
A agenda faz parte da série de compromissos oficiais em que Alexandre Silveira representará o presidente Lula na cidade europeia. A expectativa é atrair os olhares do mundo para o Brasil como o grande líder na corrida para a transição energética.
Durante o painel na Casa Brasil, Silveira apresentou os resultados que o país alcançou dentro da meta de descarbonização para 2024, quando superou a economia esperada de 38,78 milhões de toneladas de CO² equivalente que havia sido determinada em 2023 por resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Em 2024, com a emissão de 42,44 milhões de créditos de carbono, os chamados CBIOs, o mesmo valor equivalente deixou de ser emitido na atmosfera, gerando assim R$ 3,9 bilhões em valor financeiro.
“O Brasil deu um passo imenso no ciclo virtuoso da descarbonização: nós aprovamos a Lei do Combustível do Futuro. Essa cadeia terá que ser valorada no mundo e os prêmios verdes devem ser pagos pelos países desenvolvidos, trazendo retorno a essa cadeia sinérgica que envolve agronegócio, agricultura familiar e geração de energia”, disse Alexandre Silveira.
A Lei Nº 14.993 de 2024, que criou o Combustível do Futuro, estabelece uma série de iniciativas de fomento à descarbonização, mobilidade sustentável e transição energética no Brasil. Nesse contexto, são previstos investimentos de R$ 260 bilhões, até 2037, no setor, com a neutralização de 705 milhões de toneladas de CO² no mesmo período.
A iniciativa conta com ações que miram a expansão dos biocombustíveis na matriz energética, em novos percentuais de mistura de biodiesel e etanol no transporte terrestre, na decarbonização do setor aéreo a partir do uso do SAF (combustível sustentável de aviação), na ampliação da produção e consumo do biometano, entre outras medidas.
Durante o painel, o diretor de ESG Latin America da Accenture, Felipe Bottini, destacou que cada litro de biodiesel produzido gera quatro vezes mais de retorno para a economia brasileira do que o diesel fóssil, chegando a 13,3 vezes mais, se observados fatores ambientais.
Destacando a importância das políticas públicas de impulsionamento dos biocombustíveis aprovadas no ano passado, o CEO da Be8, Erasmo Batistela, afirmou que os biocombustíveis geram mais retorno para o PIB do Brasil do que os combustíveis fósseis, destacando a força do país pela sua pluralidade energética “Os biocombustíveis no Brasil geram emprego, renda e descarbonização”, concluiu.