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terça-feira 29 de outubro de 2019 às 15:57h

Combate ao câncer de mama é tema de audiência pública

POLÍTICA


Uma audiência pública em comemoração ao Outubro Rosa reuniu instituições hospitalares e órgãos públicos na discussão de melhorias no atendimento de mulheres com câncer. A principal reclamação é a demora no processo de atendimento, diagnóstico e tratamento de pessoas com câncer de mama. O evento foi realizado no auditório do Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador, na manhã desta terça-feira (29). A iniciativa partiu da vereadora Aladilce Souza (PCdoB) juntamente com o Núcleo Assistencial para Pessoas com Câncer (Naspec), organização que acolhe pacientes dos 416 municípios da Bahia que não têm o diagnóstico precoce e que precisam dos cuidados paliativos.

“O câncer de mama é um grave problema de saúde pública e é o tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil”, destacou Aladilce enquanto presidia a mesa de trabalho. Ela também falou da importância de reunir as instituições que fazem parte da campanha no combate ao câncer de mama e as secretarias do estado e município para discutirem, juntas, medidas que ajudem a reduzir o problema.

Políticas Públicas

Para a presidente do Naspec, Romilza Medrado, a audiência tem importância “ímpar” no processo das políticas públicas em relação ao combate do câncer. Ela chamou atenção para os projetos de leis federais ao afirmar que é preciso enfatizar e falar dos projetos de lei aprovados e os que faltam ser aprovados pelo presidente. “Existe uma lei federal, já aprovada no Senado, que trata do prazo entre a suspeita e diagnóstico precoce de 30 dias e de acesso pleno ao tratamento, e que precisa ser sancionada pelo presidente da república. Essa aprovação vai auxiliar na redução do índice de mortalidade”, frisou.

Romilza lamentou o fato das mulheres ainda não terem um lugar de “porteira aberta” para serem encaminhadas e adquirirem um diagnóstico precoce. “É preciso que seja mais rápido o tempo que leva entre a suspeita de diagnóstico e o tratamento porque temos uma média de 6 meses e isso faz com que o câncer dobre e redobre de tamanho. Nisso, a mulher perde 95% da chance de cura e passa a ser uma paciente metastática”, explicou.
O secretário municipal de saúde, Leonardo Prates elogiou a iniciativa da vereadora e falou sobre a importância de discutir questões que atingem a saúde da mulher. “Como Aladilce é uma grande lutadora do Sistema Único de Saúde (SUS) e uma grande conhecedora desse sistema, esse debate se torna importante para que possamos aperfeiçoar o SUS”, pontuou. Ele destacou que a Secretaria Municipal de Saúde realizou uma série de iniciativas com um diagnóstico de mamografia. “Nós também reabrimos o chamamento de anatomia e citologia com o objetivo de ampliar o número de prestadores que atendem ao município, já que o município não pode trabalhar sozinho e o objetivo é fazer com que a saúde chegue cada vez mais perto das mulheres e, consequentemente, do cidadão”, pontuou.

Ações

A coordenadora de redes de apoio especializado da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), Maria de Fátima Rocha, contou que a Sesab coordena todas as ações durante o Outubro Rosa e citou o Hospital da Mulher, o Hospital Roberto Santos e outros que participam da programação juntamente com o Centro Estadual de Oncologia (Cicam). Támbém falou que uma das ações principais na Sesab é a rede de atenção ao portador de câncer no estado da Bahia e chamou a atenção para a responsabilidade que toda Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacom) e todo Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacom) tem de receber o paciente com diagnóstico confirmado assim como o paciente de suspeita de diagnostico para o diagnóstico definitivo, o tratamento, acompanhamento e segmento. Assim como os cuidados paliativos.

“No ano de 2014, foi publicada que a Portaria 140, que trabalha com promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidados paliativos, traz como obrigatoriedade que todo paciente matriculado em qualquer Unacom e Cacom possa ser recebido na agonização, ou seja, o paciente precisar ser atendido na urgência, essas unidades têm que ter a porta de entrada aberta para urgência”, pontuou.

Dados

De acordo com o coordenador do serviço de mastologia do Hospital da Mulher, André Dias, é esperado 2 milhões e 100 mil novos casos de câncer no mundo e 59.700 novos casos no Brasil. Ele informou que o hospital, inaugurado em janeiro de 2017, é o principal polo do Norte e Nordeste no atendimento de mulheres com câncer de mama e é oferecida a reconstrução da mama a 100% das pacientes.

Uma possível reunião de trabalho para debater as propostas discutidas na audiência pública foi marcada para a próxima semana entre o secretário de saúde do município, a vereadora Aladilce e a Naspec. Também participaram da reunião a médica cirurgiã mastologista do Hospital Aristides Maltes, Ana Claudia Imbassaí; a médica oncologista do Núcleo de Oncologia da Bahia, Luciana Landeiro; e a oncologista do Hospital Santa Izabel, Daniela Galvão Barros.

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