O almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, que assumiu nesta quinta-feira, 5, o Comando da Marinha, vai pedir ao Congresso apoio para aprovação de projeto que amplia a área marítima brasileira, o chamado mar territorial. Olsen disse ao Estadão, em rápida conversa na fila de cumprimentos, que o novo governo garantiu que a Força terá recursos para bancar seus projetos de expansão que vão assegurar o patrulhamento de áreas estratégicas para o País.
“As pessoas olham para a amazônia verde, mas têm que olhar também para a amazônia azul, para os mares e oceanos, que garantem até mais oxigênio para a humanidade”, afirmou o almirante. Desde 2004, o governo Brasil reivindica o reconhecimento internacional junto às Nações Unidas para ampliar de 3,5 milhões km2 para 4,5 milhões de km2 a zona em que o País tem direito exclusivo de exploração de recursos.
Após a solenidade de posse prestigiada pelos ex-ministros da Defesa Raul Jungmann e Fernando Azevedo e Silva, do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque e do ex-comandante do Exército Eduardo Villas Boas, o novo comandante afirmou que pretende manter uma boa relação com imprensa. “Tenho o maior apreço pela imprensa e pelos jornalistas”, disse.
O antecessor de Olsen, o almirante Almir Garnier Santos, não compareceu à posse e era apontado como o mais bolsonarista dos comandantes. Ele chegou a propor, ainda no governo Bolsonaro, que os chefes das três Forças entregassem os cargos antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – a quem Olsen agradeceu pela nomeação -, o que foi interpretado como uma tentativa de confrontar o chefe do Executivo eleito. A ideia de Garnier Santos foi abortada pelo Alto Comando da Gorca, que compareceu todo à posse de Olsen. O ministro da Defesa do governo petista, José Múcio, que discursou na posse e elogiou tanto o comandante que entra quanto o que sai, articulou o recuo com as cúpulas militares.