Nesta quarta-feira (1º), após a posse dos novos deputados e senadores, as Casas legislativas elegem os presidentes para os próximos dois anos. No entanto, as duas eleições não são iguais. Uma das principais diferenças segundo reportagem de Bernardo Yoneshigue, do O Globo, é que, enquanto a Câmara utiliza um modelo eletrônico de votação, no Senado Federal o sistema é com o voto impresso.
O uso das cédulas em papel foi inclusive motivo de confusão durante o pleito de 2019, quando ao fim da votação foram encontrados 82 votos na urna – embora sejam apenas 81 senadores. O fato foi considerado um “equívoco” pelo senador que presidia a sessão na época, José Maranhão, mas gerou acusações de “fraude” por outros parlamentares, como Sérgio Petecão, Esperidião Amin e Simone Tebet.
— Não sei se foi a Mesa. Pelo princípio da boa-fé, eu estou querendo acreditar que não foi erro da Mesa, que foi um erro informal. Mas, com certeza, o senador ali estava querendo fraudar. É lamentável. E os dois votos eram para a mesma pessoa. É lamentável — disse a atual ministra do Planejamento na época.
A eleição foi cancelada e realizada novamente no dia seguinte, quando rendeu ao senador Davi Alcolumbre o cargo de presidente da Casa.
Eleições desta quarta-feira
Nesta quarta-feira, no Senado, o presidente atual, Rodrigo Pacheco, desponta como o principal nome. Seu partido, o PSD, é a segunda maior bancada da Casa, e o parlamentar conta ainda com o apoio do PT e outras legendas da base do governo.
No entanto, a vitória não é garantida. O PL, maior sigla do Senado, lançou o ex-ministro do Desenvolvimento Regional de Bolsonaro, Rogério Marinho (PL-RN). O nome tem crescido como uma reação à candidatura de Pacheco, e conta com o apoio do PP e do Republicanos.
Aliados contam com traições de parlamentares de partidos que apoiam o atual presidente para conseguir alcançar o mínimo de 41 senadores para eleger Marinho. Na disputa, há ainda Eduardo Girão (Podemos-CE), que já sinalizou apoio ao ex-ministro de Bolsonaro em eventual segundo turno.
Na Câmara, o nome favorito é o do atual presidente Arthur Lira. Com o apoio de 20 legendas, que vão desde o PL, de Jair Bolsonaro, até o PT, de Lula, Lira garante, em tese, o voto de quase 500 dos 513 parlamentares.