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segunda-feira 12 de setembro de 2022 às 08:10h

Com vice de Ciro, PDT consolida oposição ao PT na Bahia em prol de ACM Neto

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Com Ana Paula Matos como vice de Ciro Gomes à Presidência, o PDT consolida conforme o canal CNN, a oposição ao PT na Bahia em prol de ACM Neto (União Brasil), candidato ao governo do estado.

Ana Paula faz parte do grupo político de ACM Neto em Salvador, tendo sido eleita vice-prefeita da capital baiana junto ao sucessor dele à frente do município, Bruno Reis, em 2020. Ciro e Ana Paula são filiados ao PDT, enquanto ACM e Bruno são do União Brasil.

ACM Neto agora quer comandar a Bahia após o grupo de seu avô, Antonio Carlos Magalhães, perder o governo estadual para o PT há 16 anos. Jaques Wagner (PT) derrotou Paulo Souto (do antigo PFL, que viria a se tornar o DEM e, então, o União Brasil), aliado da família carlista, em 2006. Desde então, os petistas dominaram o governo baiano.

Em 2004, o grupo de Antonio Carlos Magalhães, o avô, havia sido derrotado pelo próprio PDT na disputa pela prefeitura de Salvador.

Em parte dos últimos 16 anos, o PDT integrou a base aliada do PT na Bahia. No entanto, em 2020, o PDT rumou para o lado de ACM Neto. Isso porque, naquele ano, o PT lançou a Major Denice à Prefeitura de Salvador. Pouca conhecida, entre outros motivos, o PDT decidiu não apoiá-la.

Em setembro de 2020, ACM Neto disse para o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que estava interessado em um “namoro futuro” com o partido. Lupi retribuiu: “A gente também quer namorar”.

Apadrinhado de ACM Neto, Bruno Reis foi eleito prefeito de Salvador com facilidade no 1º turno, tendo Ana Paula como sua vice.

Com a campanha vitoriosa à prefeitura de Salvador, os pedetistas decidiram reeditar a caminhada ao lado de ACM Neto nestas eleições, em que ele enfrentará Jerônimo Rodrigues (PT) ao governo do estado.

Além de seus atributos profissionais, Ana Paula Matos foi escolhida como vice na chapa de Ciro Gomes por compor o grupo de ACM Neto. A intenção é vincular Ciro a Neto na Bahia, bem cotado em pesquisas eleitorais.

Ao anunciá-la oficialmente como candidata a vice-presidente, em 5 de agosto, em Brasília, Carlos Lupi disse que estava “piscando os dois olhos para o ACM Neto”, num símbolo de aproximação.

O pleito de 2022, portanto, vai consolidar a oposição do PDT ao PT na Bahia em prol da campanha de ACM Neto. Em agosto, movimentos sociais do PDT na Bahia chegaram a lançar um manifesto em apoio a Neto.

Ana Paula tem feito campanha para ACM Neto. Ainda assim, deve-se ressaltar, a recíproca não é tão explícita. Embora dê espaço à Ana Paula em seu palanque e agendas, até o momento, ele tem preferido a neutralidade, sem declarar apoio a Ciro Gomes ao Palácio do Planalto.

O próprio partido de Neto, União Brasil, conta com Soraya Thronicke como candidata à Presidência, a quem ele não declarou apoio. Também não aparece fazendo campanha para Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os líderes na disputa ao Planalto.

A intenção de ACM Neto é não se ligar diretamente a um candidato à Presidência para não se prejudicar perante os eleitores e a própria base de sustentação política na Bahia, formada por 13 partidos, nem sempre com direção convergente em relação ao Planalto.

Interlocutores afirmam ainda que pesquisas realizadas apontam que cerca de 70% do eleitorado de Bolsonaro e de Lula na Bahia preferem votar no ACM Neto. Dessa forma, não compensa ele se aliar a algum dos nomes, sob o risco de perder parte dessas intenções de voto.

O discurso de ACM Neto pela Bahia tem sido de falar que, se eleito, vai governar o estado com qualquer que seja o presidente da República eleito, assim como fez quando prefeito de Salvador – passou pelos governos Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e Bolsonaro.

Parte dos vereadores da base de ACM Neto e de Bruno Reis, prefeito de Salvador, de quem Ana Paula era vice, declarou apoio à pedetista na chapa de Ciro Gomes.

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