A eleição para os 6,1 mil conselhos tutelares espalhados pelo Brasil, que definirá 30,5 mil representantes neste domingo, se tornou o novo palco da batalha travada entre políticos de esquerda e direita. Os dois grupos têm se articulado nas ruas, nas igrejas e na internet para emplacar seus favoritos nos órgãos colegiados municipais, encarregados de zelar pelos direitos das crianças e dos adolescentes quando há omissão da família, da comunidade ou do Estado. As vagas têm mandato de quatro anos e são definidas por eleições diretas em cada cidade. O último pleito, em 2019, atraiu 100 mil eleitores.
De um lado, a agenda dos conservadores tem foco em dar maior poder de tutela a pais e mães sobre as crianças — em contraposição ao que julgam ser uma interferência de organizações escolares e governos no seio familiar. Enquanto isso, grupos à esquerda querem que candidatos sigam o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), além de defenderem pautas como garantia de acesso ao aborto para crianças e adolescentes vítimas de violência sexual.
Políticos que representam as duas vertentes ideológicas entraram em campo nos últimos dias para influenciar no processo. Eles enxergam na disputa uma oportunidade de eleger conselheiros com quem têm afinidades de princípios e, com isso, manter uma relação estreita com representantes sociais que têm acesso direto à ponta da sociedade.
Passo a passo
Quando é a eleição?
A eleição ocorrerá neste domingo em todo o Brasil, das 8h às17h.
Onde é possível votar?
O local de votação pode ser consultado no site do Tribunal Regional Eleitoral ou da prefeitura.
O que é preciso para votar?
Apresentar o título de eleitor e um documento oficial com foto, que pode ser o Registro Geral (RG), a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), o passaporte ou a Carteira Profissional. Cada eleitor poderá votar em até cinco candidatos por Conselho Tutelar. O voto é facultativo.
Quem pode votar?
Pessoas a partir de 16 anos, que estejam em dia com os seus compromissos eleitorais, podem votar no Conselho Tutelar da Subprefeitura onde têm o seu título.
Por que os políticos estão se engajando?
Bolsonaristas afirmam que a a ideia é criar “bolsões de resistência” nos bairros, descentralizando a atuação da militância. Já a esquerda procura se contrapor a essa estratégia e emplacar suas pautas.