Dirigentes do MDB já não acreditam na viabilidade de Henrique Meirelles na disputa pelo Planalto e decidiram apostar a estrutura do partido nos estados em candidaturas hoje mais competitivas, como a do PT e a de Jair Bolsonaro (PSL).
Integrantes da sigla de Michel Temer estabeleceram um limite para que o ex-ministro da Fazenda mostre que ainda está no jogo: as primeiras pesquisas após o início da propaganda eleitoral de rádio e TV.
Pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (5) traz o candidato com 2%, numericamente atrás de Alvaro Dias (Podemos) e João Amoêdo (Novo).
Mas, diante da baixa expectativa sobre o presidenciável, devem considerá-lo fora do baralho a partir da próxima semana e trabalhar para eleger governadores e uma bancada grande no Congresso.
O movimento ganhou força na cúpula do MDB, principalmente no Nordeste, região em que o ex-presidente Lula (PT) concentra 59% do eleitorado.
No Sul, por sua vez, a tendência está mais atrelada à base partidária, identificada com bandeiras conservadoras e do agronegócio, defendidas com vigor por Bolsonaro.
A avaliação é que Meirelles virou um dilema para candidatos nos estados que, sem um nome nacional forte, tentarão se viabilizar ancorados naqueles com mais chances na disputa -Lula e Bolsonaro lideram as pesquisas.
No Nordeste, a tese dos emedebistas é que não há como “nadar contra a maré”, já que mais da metade dos eleitores na região se declara lulista.
Em relação ao capitão reformado, a aderência deve aumentar caso ele consiga ir para o segundo turno contra um candidato que capte votos da esquerda, como Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) ou Fernando Haddad (PT), que deve substituir Lula após a candidatura do petista ter sido barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Os caciques do MDB consideram que Haddad crescerá nos levantamentos rapidamente, beneficiando-se da popularidade do padrinho.
Dos 13 candidatos a governador pelo partido de Temer, ao menos quatro já utilizaram o ex-presidente em imagens ou discursos de suas campanhas.
Postulantes ao governo pelo MDB no Nordeste, como Renan Filho (AL), Hélder Barbalho (PA), Roseana Sarney (MA) e José Maranhão (PB) são exemplos disso.
Maranhão, inclusive, faz uso de slogans sob imagem uma vermelha, cor ligada ao partido do ex-presidente.