A decisão do ministro Edson Fachin do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular todas as condenações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva proferidas pela 13ª Vara Federal da Justiça Federal de Curitiba, responsável pela Lava Jato, agitou o mercado financeiro na tarde desta segunda-feira (8). Com a decisão, o ex-presidente volta a ser elegível e pode se candidatar nas próximas eleições.
Segundo a IstoÉ Dinheiro, a preocupação do mercado financeiro é que com Lula na disputa, o presidente Jair Bolsonaro dê uma guinada ainda maior ao populismo, levando ao abandono da agenda liberal e do compromisso com a saúde fiscal do País para angariar votos.
De acordo com a Folha de S.Paulo, caso Lula dispute a eleição, analistas veem grandes chances de um segundo turno entre o petista e Bolsonaro.
Pesquisa do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) divulgada nesta segunda pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que apenas Lula supera Bolsonaro na intenção de voto em 2022.
Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, disse à Folha que isso acaba com a possibilidade de uma terceira via, que era o que o mercado esperava, alguém mais alinhado com as reformas. Na avaliação do analista, como a esquerda não estava organizada, o mercado via espaço para isso.
A pandemia deteriorou ainda mais a saúde fiscal do Brasil, com aumento de gastos e queda na arrecadação, e o mercado financeiro defende a aprovação de reformas, como a administrativa e a fiscal, para tentar conter as despesas públicas.
Ano passado, Bolsonaro viu sua popularidade subir com a liberação do auxílio emergencial. Agora, uma nova rodada de benefícios será ofertada aos brasileiros devido à piora no número nos casos de coronavírus e as novas medidas mais restritivas de isolamento.