O ex-presidente Lula (PT) irá definir a coordenação da sua futura campanha ao Planalto a partir da semana que vem, junto aos partidos que formarão aliança com o PT. Em meio a uma reestruturação na área de comunicação, o partido diz aguardar a chancela dos parceiros.
Oficialmente, pessoas próximas à campanha argumentam que, com o firmamento da aliança, é preciso alocar também as outras siglas na equipe. O principal cargo a ser definido é exatamente na comunicação, comandado até então pelo ex-ministro Franklin Martins, que está de saída.
Além de PCdoB e PV, que formaram federação partidária com o PT, deverão compor o grupo:
- O PSB, sob o comando do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), alçado a vice;
- A federação PSOL e Rede; e
- O Solidariedade.
Os eventos de apoio ocorrerão nos próximos dias.
Entre amanhã (27) e quinta (28), o PSB irá realizar o congresso nacional que deverá cravar o nome de Alckmin como vice de Lula. No sábado (30), o PSOL fará uma reunião eleitoral que também deverá fechar o apoio à chapa e, por fim, na terça (3), deverá ser a vez do Solidariedade.
Confirmada a composição da aliança, algo certo no núcleo da campanha lulista, o ex-presidente e Alckmin deverão montar a coordenação. Embora alguns nomes, como o ex-ministro Aloízio Mercadante (PT) e os ex-governadores Wellington Dias (PT-PI) e Jacques Wagner (PT-BA), já estejam certos, ainda há posições estratégicas a serem definidas.
A principal delas está na comunicação, área central de uma campanha. Na última quinta (21), o partido anunciou oficialmente a saída da produtora MPB, do publicitário Augusto Fonseca, “por razões administrativas e financeiras”.
Embora o acordo ainda não esteja assinado, já está praticamente fechado que o marqueteiro baiano Sidônio Palmeira vá assumir a posição, conforme o UOL havia adiantado. Ele comandou as candidaturas vitoriosas de Wagner e Rui Costa (PT) ao governo da Bahia.
“A gente está no início da campanha, longe do horário gratuito [de TV]. Portanto, temos tempo para ajustar e acomodar”, afirma Mercadante, presidente da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT.
Oficialmente, a campanha está fazendo as coisas no “seu tempo” e a equipe diz que Lula tem se movimentado onde importa: na rua, em eventos presenciais, como em um encontro com jovens na comunidade de Heliópolis, em São Paulo, na semana passada. Para alguns petistas, no entanto, existe uma preocupação sobre o pré-candidato aparecer mais, em especial na área digital.
‘Temos que respeitar o conjunto de outros partidos’
Fonseca era uma indicação direta de Franklin Martins, conselheiro e amigo pessoal do ex-presidente, que tem cuidado da comunicação. Agora, a expectativa é que o comando de toda a área de comunicação também seja trocado.
Como o desafio é fazer a troca sem criar rusgas com Martins, uma das saídas é ouvir, também, os outros partidos que irão compor a chapa.
“Nós tínhamos uma equipe que fazia o assessoramento ao Partido dos Trabalhadores. Agora, temos que respeitar o conjunto de outros partidos. Então, não teve ainda uma definição”, afirma Wellington Dias.
Segundo ele, a mudança ocorrerá não só na comunicação —mas também nas áreas de finanças, jurídica e de organização de campanha. “Serão seis partidos que irão participar dessa definição”, afirmou o ex-governador piauiense. “Vamos trabalhar de forma plural, ouvindo os dirigentes de diversos partidos.”