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Ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), em evento de lançamento da pré-campanha — Foto: PDT/Divulgação
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sexta-feira 21 de janeiro de 2022 às 18:01h

Com discurso de ‘rebeldia’, Ciro Gomes é lançado pré-candidato pelo PDT

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O PDT lançou oficialmente a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República, em evento realizado na sede nacional do partido, em Brasília, nesta sexta-feira (21). Também foi anunciado o slogan da campanha, “A Rebeldia da Esperança”.

O lançamento foi confirmado pelo presidente do partido, o ex-ministro Carlos Lupi, em pronunciamento durante o evento. Ao fazer um balanço da carreira política de Ciro, em vários momentos o classificou como “um rebelde”.Em um longo discurso no fim da convenção, Ciro Gomes disse que quer ser o “presidente da rebeldia e da esperança”. Questionou o legado dos governos do PSDB e do PT, dizendo que “apesar de diferentes, foram iguaizinhos na economia, copiando uns aos outros“ e “fizeram o Brasil cair nas mãos de Bolsonaro”.

“Collor escancarou a porteira, Fernando Henrique preparou a mesa do banquete e Lula, convenhamos, condimentou melhor os pratos. Depois de servir aos tubarões, Lula distribuiu, com compaixão de filantropo”, disse.

Ciro também fez fortes críticas ao chamado tripé macroeconômico (meta fiscal, metas de inflação e câmbio flutuante), princípios que regem a economia brasileira nas últimas décadas. O pedetista afirma ter um projeto que “desmonte” o tripé macroeconômico.

“Esta é a chave do problema brasileiro. Deveria ter sido uma solução temporária, mas permanece até hoje, proibindo o Brasil de crescer”, afirmou.

Outra promessa de Ciro no campo da economia é acabar com o teto de gastos públicos, segundo o qual o Orçamento federal só pode crescer de um ano para o outro com base na inflação. A regra foi classificada pelo pré-candidato como “ficção fraudulenta”.

Ainda durante o discurso, Ciro Gomes citou algumas propostas. Repetindo um dos mantra de sua campanha de 2018, prometeu tirar o nome de pessoas endividadas no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) ou no Serasa. Também prometeu criar um plano de emprego com 5 milhões de vagas nos dois primeiros anos de governo e programas de acesso à internet, financiamento de smartphones e cursos de capacitação em informática

Por fim, prometer uma reforma tributária com taxação dos mais ricos. “Eu taxarei, sim, as grandes fortunas, eu criarei, sim, impostos sobre lucros e dividendos”, destacou.

Ao longo da cerimônia, foi lembrada diversas vezes a memória de Leonel Brizola, fundador do PDT. Neste sábado (22), ele completaria 100 anos se estivesse

Em entrevistas e nas redes sociais, Ciro Gomes tem feito oposição ao presidente Jair Bolsonaro, ao mesmo tempo em que tem sido um crítico ferrenho de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem já chamou de “o maior corruptor da história brasileira”, e de Sergio Moro.

Porém, o pedetista tem encontrado dificuldades em fazer alianças com outros partidos. Legendas de esquerda e centro-esquerda, como PSB, PCdoB e PV, têm conversas mais avançadas com a candidatura de Lula. Já siglas do “centrão” e centro-direita vêm se dividindo entre apoios a Bolsonaro, Moro e João Dória (PSDB).

Um dos nomes cotados para ser vice na chapa de Ciro é a ex-ministra Marina Silva (REDE). A aliança tem o apoio declarado de Carlos Lupi e de quatros dos dois partidos, mas Marina ainda não se pronunciou oficialmente sobre a possibilidade.

A pouco menos de um ano das eleições, Ciro Gomes aparece entre o 3º e 4º lugar nas pesquisas de intenção de votos, tecnicamente empatado com o ex-juiz Sergio Moro e atrás de Lula e Jair Bolsonaro. Na última pesquisa DATATEMPO, ele tem 7,8% das intenções de voto, contra 36% do petista e 22% do atual presidente.

Carreira política

Aos 64 anos, Ciro Gomes será candidato ao Planalto pela quarta vez. Em 1998, pelo PPS, foi o 3º colocado, com 10,97% dos votos; já em 2002, ainda pelo PPS, terminou na 4ª colocação, com 11,97%.

Voltou a se candidatar em 2018, já pelo PDT, quando teve seu melhor desempenho e terminou em 3º lugar, com 12,47%. Na ocasião, causou polêmica ao não declarar apoio a Fernando Haddad (PT) no segundo turno contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL). No dia seguinte ao primeiro turno, viajou para Paris, na França.

Ciro já foi deputado estadual e federal pelo Ceará, prefeito de Fortaleza e governador do Ceará. De setembro a dezembro de 1994, foi ministro da Fazenda no governo Itamar Franco. Já de 2003 a 2006, foi ministro da Integração Nacional no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao longo de sua vida política, Ciro já passou por outros seis partidos: PDS, PMDB, PSDB, PPS, PSB e PROS. Nos últimos anos, tornou-se vice-presidente do PDT.

Além de Ciro Gomes, o PDT também já disputou a presidência da República com as candidaturas de Cristovam Buarque, em 2006, e Leonel Brizola, em 1994 e 1989, quando ficou a pouco mais de 450 mil votos de chegar ao segundo turno no lugar de Lula.

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