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Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil - Foto: Raphael Ribeiro/BCB
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sexta-feira 2 de junho de 2023 às 12:47h

Com crescimento do PIB, ministros pressionam Campos Neto para baixar juros do país

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A economia brasileira cresceu 1,9%, segundo indicou o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao primeiro trimestre de 2023. O percentual foi puxado principalmente pelo crescimento de 21,6% da agropecuária, maior alta para o setor desde o quarto trimestre de 1996, segundo detalhou o IBGE.

Superando as expectativas de 1,3%, o resultado é o primeiro sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que coleciona críticas a condução da instituição monetária, o Banco Central. Assim, esperava-se que Lula prontamente usasse esta carta na manga para argumentar contra os juros altos de Roberto Campos Neto, presidente do BACEN.

O mandatário comemorou o número em postagem no Twitter. “Resultados que comprovam que nosso país já está melhorando. E vamos seguir trabalhando para distribuir esse crescimento com o povo brasileiro”, escreveu.

Já a ministra Simone Tebet, chefe do Planejamento, foi mais além, e ‘cutucou’ a taxa de juros brasileira, hoje a 13,75% ao ano. “Mesmo com economia um pouco mais aquecida, não é isso que iria impactar a inflação. Consequentemente, não haveria razão para não começar, ainda que de modo muito gradual, a diminuir os juros no Brasil”, disse, em conversa com jornalistas.

Com cuidado, o ministro Fernando Haddad também sinalizou a queda dos juros diante da economia aquecida. “Para manter a economia gerando emprego, precisa tomar cuidado com 2024, ter clareza de que temos uma oportunidade muito boa, porque a inflação está vindo controlada e juros futuros estão caindo bastante sensivelmente, o que abre uma janela de oportunidade importante para a política monetária”, afirmou.

Para Antonio van Moorsel, estrategista-chefe da Acqua Vero Investimentos, os resultados dos índices de maio apontam para movimentos dos juros para baixo.

“A composição do PIB sinaliza uma dinâmica desinflacionária, com forte expansão da oferta e demanda enfraquecida. Com isto, o Banco Central provavelmente focará nos efeitos secundários benignos para o IPCA, apesar da atividade mais forte, em paralelo a outros sinais que robustecem o processo de desinflação em curso, e iniciar o ciclo de redução da Selic no terceiro trimestre desse ano”, defendeu.

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