Com um cenário de reeleição dado como certo no Congresso Nacional, inclusive pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a disputa de fevereiro para os comandos da Câmara e do Senado antecipou articulações políticas para a sucessão de 2025, conforme Gustavo Uribe e Larissa Rodrigues, da CNN.
Os atuais presidentes Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) são favoritos para seguirem por mais dois anos à frente da Câmara e do Senado, respectivamente.
No caso do deputado federal, não há, a menos de um mês da eleição interna, nem candidatura de oposição.
No Senado, apesar da disposição do senador eleito Rogério Marinho (PL-RN) de concorrer contra Pacheco, o bloco governista formado por PSD, União Brasil, MDB e PT torna improvável uma mudança no comando da Casa Legislativa.
Nos bastidores, Lula já disse que não irá interferir na disputa legislativa e, na sexta-feira (6), em reunião ministerial, deixou claro que ele precisa mais de Lira e de Pacheco do que ambos dependem do Poder Executivo, um aceno explícito de apoio.
Diante do cenário praticamente definido para este ano, partidos como MDB, União Brasil e PL vislumbram as eleições legislativas de 2025, quando almejam contar com o apoio de Lira e de Pacheco, importantes cabos eleitorais de suas próprias sucessões.
No Senado, em troca do apoio à reeleição de Pacheco, MDB e União Brasil querem a garantia de apoio do atual presidente para a próxima disputa.
Pelo MDB, a ideia é lançar o atual ministro dos Transportes, Renan Filho (AL).
Já o União Brasil trabalha pela volta ao posto do senador Davi Alcolumbre (AP), que comandou o Senado de 2019 a 2021.
Na Câmara, PL e União Brasil desejam o apoio de Lira em 2025.
No PL, tem ganhado força os nomes de Fernando Giacobo (PR) e Lincoln Portela (MG), de perfil mais moderado e não associados diretamente ao bolsonarismo.
Já o União Brasil defende Luciano Bivar (PE), que abriu mão de candidatura neste ano para apoiar Lira.
A nova legislatura do Congresso Nacional tem início no dia 1º de fevereiro, quando os deputados e senadores tomam posse. Na sequência, é feita a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado e a definição da Mesa Diretora e dos comandos das comissões temáticas.