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quinta-feira 7 de setembro de 2023 às 10:00h

Com Bolsonaro, Sete de Setembro foi marcado por polêmicas; relembre

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Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), as comemorações do Sete de Setembro foram marcadas segundo o jornal O Globo por grandes eventos e participações de figuras públicas, como ministros de Estado e familiares do presidente, em manifestações de rua pelo país — mas também por polêmicas. Nas ocasiões, não foram raros comentários com críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ou entoando falas antidemocráticas — muitas vezes, encampados pelo próprio chefe do Executivo.

No ano passado, em manifestações de rua em Brasília e no Rio de Janeiro, o então presidente Bolsonaro subiu em carros elétricos ao lado de ministros de Estado, como o então candidato a vice-presidente, o general Walter Braga Netto. Como já se colocava como postulante à reeleição, o então presidente foi acusado de utilizar a data oficial para obter vantagem política.

Dentro das quatro linhas

No Sete de Setembro de 2022, Bolsonaro não fez menções diretas a nenhum ministro do STF, mas afirmou que, se fosse reeleito, levaria para “dentro” das quatro linhas da Constituição “todos aqueles que ousam ficar fora delas”:

— Podem ter certeza, é obrigação de todos jogarem dentro das quatro linhas da nossa Constituição. Com uma reeleição, nós traremos para dentro dessas quatro linhas todos aqueles que ousam ficar fora delas.

‘Imbrochável’

Ainda durante o discurso na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, Bolsonaro acompanhou um coro com comentários machistas para se referir ao fato de que, segundo ele, seria invencível:

— Imbrochável, imbrochável, imbrochável, imbrochável, imbrochável, imbrochável.

Ataques ao STF

Na manifestação organizada em 2021, na Avenida Paulista (SP), durante períodos de restrições impostas pela pandemia da Covid-19, Bolsonaro subiu em carro elétrico e atacou abertamente ministros do STF. Entre eles, Alexandre de Moraes, um dos principais alvos do bolsonarismo na Corte — ele é relator do caso das milícias digitais e, agora, dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Em São Paulo, Bolsonaro se referiu a Moraes como “canalha”, dizendo que não poderia “mais admitir” que ele continuasse “açoitando o povo brasileiro”. Ele ainda ameaçou o então presidente do STF, o ministro Luiz Fux, ao afirmar que, se ele não “enquadrasse” o Poder Judiciário, a Corte poderia “sofrer aquilo que não queremos”. Ele ainda estendeu as críticas ao então presidente do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso:

— Não é uma pessoa no Tribunal Superior Eleitoral que vai dizer que esse processo é seguro, usando a sua caneta, desmonetizar páginas que criticam esse sistema de votação — disse, em referência a decisões da Justiça contrárias a bolsonaristas que espalharam notícias falsas sobre as eleições.

Bolsonaro também defendeu na ocasião a desobediência de decisões da Justiça.

— Qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou — disse em parte do discurso.

Críticas ao sistema eleitoral

Ainda durante o ato na Paulista, em 2021, Bolsonaro voltou a atacar o sistema eleitoral. Na ocasião, em que falou que só Deus o tiraria do Palácio do Planalto, o então presidente afirmou que não era admissível ter “um sistema eleitoral que não oferece qualquer segurança”.

Exaltação do golpe militar

Em 2020, no auge da pandemia da Covid-19, não houve manifestação nas ruas, mas Bolsonaro participou da parada militar, praxe em todos os anos, e fez um pronunciamento que foi ao ar na televisão. Na fala, ele recordou a data histórica de 1822 e exaltou o golpe militar de 1964:

— Nos anos 60, quando a sombra do comunismo nos ameaçou, milhões de brasileiros, identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, foram às ruas contra um país tomado pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada.

Alfinetada em Macron

No primeiro ano de governo, em 2019, Bolsonaro usou o pronunciamento oficial do Sete de Setembro para tecer críticas ao presidente da França, Emmanuel Macron. Na época, países da Europa como França e Alemanha colocaram a defesa da Floresta Amazônica como contrapartida à oficialização do acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia, alinhavado em 2019 após 20 anos de discussões.

— A todos os brasileiros, nós pedimos, conscientizem-se cada vez mais de quem é esse país, essa maravilha chamada Brasil. Um país ímpar no mundo, que tem tudo para dar certo e precisamos, sim, de cada um de vocês, para reconstruí-lo. E a liberdade está em primeiro lugar. (…) O Brasil é nosso, é verde e amarelo — afirmou, em crítica velada ao presidente francês, que havia proposto em agosto daquele ano que houvesse uma internacionalização da Amazônia.

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