A bancada do PT na Câmara deve adiar os encontros individuais que terá com os deputados Elmar Nascimento (União Brasil) e Antonio Brito (PSD), candidatos à presidência da Casa. O motivo é a falta de quórum em Brasília nesta semana, às vésperas do segundo turno das eleições municipais.
Na semana passada, os petistas receberam o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), nome apoiado pelo presidente Arthur Lira (PP-AL), para um jantar. Mas o anfitrião dessas reuniões, o deputado Rubens Pereira Jr. (PT-MA), está fora da capital federal.
Agora, nem Brito nem Elmar recebeu, até o momento, o convite oficial para se reunir com a bancada, e petistas ouvidos pela Coluna/Broadcast dizem que os encontros devem ficar para segunda ou terça-feira da semana que vem.
As articulações para a sucessão de Lira voltaram a ganhar força nos últimos dias, e o PT virou uma espécie de “fiel da balança” na disputa. Aliados de Motta dizem que ele avançou no acordo com o partido e que a bancada petista deve anunciar apoio a ele logo após o segundo turno. A avaliação de interlocutores de Motta é que o PT deve embarcar em breve na candidatura dele para garantir bons espaços de poder na nova gestão. O deputado paraibano ofereceu aos petistas o comando da 1ª Secretaria da Câmara – hoje a sigla ocupa a 2ª Secretaria.
Motta ainda garantiu ao PT que Lira resolverá, ainda neste ano, o impasse sobre a anistia aos condenados pelas invasões das sedes dos três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, defendida por bolsonaristas e pelo PL – e que, por isso, esse não será um assunto de sua eventual gestão.
Nessa segunda-feira, 21, Arthur Lira levou Motta para a 24ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, em São Paulo. Foi a primeira vez que o líder do Republicanos falou em público como candidato. Ele criticou o que chamou de “agenda de radicalização” e disse esperar um consenso entre direita e esquerda na corrida pela presidência da Câmara.
Elmar e Brito, que fizeram uma aliança para se contrapor a Motta, ainda tentam convencer o PT de que têm mais condições de dar governabilidade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois prometem ser possível construir uma chapa sem o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, que já sinalizou apoio ao líder do Republicanos.
Elmar era, até agosto, considerado o favorito de Lira, mas uma reviravolta na disputa viabilizou o apoio do deputado alagoano a Motta, o que deixou o líder do União Brasil magoado. A eleição para a presidência da Câmara ocorre em fevereiro de 2025. Lira não pode concorrer a um novo mandato e tenta viabilizar um nome de sua confiança.