A generosidade do produtor rural é imensurável quando o assunto é multiplicar boas ações e mudar a vida dos que necessitam de assistência e amparo. Em uma única semana, agricultores da região viram suas doações transformarem a vida de centenas de crianças e jovens especiais, assistidos pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e pela Associação dos Amigos Autistas (AMA), ambas no município de Luís Eduardo Magalhães no Oeste da Bahia.
As instituições sociais foram contempladas no último edital do Fundo para o Desenvolvimento Integrado e Sustentável da Bahia (Fundesis), mantido pelo agricultores da região, e receberam verba para se equiparem, a fim de reduzir suas despesas e oferecerem um atendimento mais especializado a seus públicos-alvo.
A primeira entidade adquiriu um sistema fotovoltaico, que vai proporcionar uma economia expressiva na conta de luz, enquanto a segunda comprou mesas, cadeiras, armários e materiais de escritório, além de um teatrinho lúdico.
Veterana em concorrer e ganhar ajuda do Fundesis, a APAE-LEM contabiliza seis importantes doações do Fundo, com as quais foi possível adquirir um ônibus escolar, construir uma quadra poliesportiva, entre outros benefícios conseguidos. “Somos eternamente gratos aos produtores rurais que doam ao Fundo e através dele aprovam os nossos projetos. É graças a parceiros como vocês que a gente consegue manter essa estrutura e prestar um serviço de qualidade aos nossos assistidos e seus familiares”, comentou o gestor da unidade, Ronei Pereira.
Contemplada pela primeira vez pelo Fundesis, a AMA, que tem apenas três anos de atuação, cuida de crianças portadoras de autismo, dando suporte desde o diagnostico até a ajuda na integração da família. A diretora da instituição, Cintia da Silva, reforça a importância do recurso recebido. “A associação está no começo da vida. Ainda temos muita estrada e muito trabalho pela frente, qualquer ajuda é bem-vinda. Sermos agraciados neste edital 2018/2019 foi muito importante. Atendemos hoje 82 crianças portadoras de autismo (já acompanhadas individualmente por profissionais capacitados), dentre elas 33 ainda em avaliação para encaminhamento a um neuro-pediatra, a fim de fechar o diagnostico que permitirá à criança um atendimento mais completo e necessário recebido na Associação. Além dos portadores de autismo residentes em Luís Eduardo, temos casos aqui de famílias de outros municípios como Taguatinga, Barreiras, Ibotirama e Formosa do Rio preto, que residem hoje na cidade para fornecer um melhor suporte e qualidade de vida aos filhos, também portadores do Transtorno do Espectro Autista”, salientou.
Já a produtora, pecuarista e associada ao Núcleo de Mulheres do Agro, Albenira Silva, conduz sua alegria ao relatar o desejo de doar desde o início, como associada. “Eu já conhecia o trabalho do Fundesis e ao me associar fui convidada a participar como doadora, e confesso ter feito um dos melhores investimentos. Hoje, com a oportunidade de acompanhar e ver de perto como esses investimentos, através das nossas doações, é aplicado, só me dá alegria ao ver como ajudamos e beneficiamos tantos que não dispõe de bons serviços em saúde e educação”, conclui.
Quem também não poupou lágrimas e esforços para elogiar, agradecer e incentivar, inclusive àqueles que ainda não são doadores e adeptos ao Fundesis, foi o vice-presidente da Associação de Produtores e Irrigantes da Bahia (Aiba), que automaticamente é vice-presidente do Fundo, Odacil Ranzi. Ele se emocionou e contou como é importante não apenas doar, mas participar e conhecer as instituições contempladas de perto e ver onde está sendo aplicado os recursos do produtor. “Haja coração para aguentar tanta emoção em uma só semana. Eu me sensibilizo cada vez que venho a estas instituições e vejo a transformação social e a gratidão no olhar e no sorriso dessas pessoas. Nós produtores rurais somos muito felizes com cada projeto aprovado pelo Fundo. Procuramos sempre ser justos com as escolhas, devido a quantidade de inscritos, para não deixar ninguém de fora. Aprendo com cada um de vocês, quando venho conhecer, participar, visitar e ver como foi aplicado o recurso recebido”, finaliza Ranzi.