Após três semanas de isolamento, presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a despachar no Palácio do Planalto na última quarta-feira (23). Mas de acordo com a colunista Bela Megale, do O Globo, a versão encarnada pelo presidente, porém, é bem diferente daquela que ele ostentava antes de sua reclusão, após a derrotada para Lula.
Segundo aliados e integrantes do governo que encontraram Bolsonaro na última terça e quarta-feira, o chefe do Executivo segue quieto, introspectivo e está mais cauteloso. Se antes Bolsonaro tinha algumas conversas com auxiliares reunidos, agora o presidente tem preferido receber praticamente todas pessoas separadamente, acompanhado apenas de assessores pessoais.
A avaliação de ministros é que, com a nova postura, Bolsonaro procura “se preservar” e “evitar leva e traz”. Membros do governo afirmam que a agitação e o bom humor do presidente ficaram no passado e que, hoje, ele se mantém em silêncio e com o olhar distante na maior parte do tempo.
A maioria dos aliados tem evitado falar com Bolsonaro sobre as eleições e só entra no tema se ele inicia a conversa. Quando aborda o assunto, os ataques se concentram, como de costume, no presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes.
Nas conversas, Bolsonaro também têm falado de agendas que pretende cumprir nas suas últimas semanas como presidente. A maioria delas é relacionada a formaturas de militares. A assessoria de Bolsonaro anunciou que está prevista a participação dele em um evento na Academia Militar das Agulhas Negras no próximo sábado, em Resende (RJ).