O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou neste domingo (26) a imposição de tarifas de 25% a importações dos Estados Unidos neste domingo em meio à primeira crise do presidente americano, Donald Trump, com a América Latina. A medida ocorre depois da Casa Branca ter determinado tarifas alfandegárias de 25% e a suspensão de vistos a colombianos em retaliação a Petro, que rejeitou a aterrissagem de dois aviões com imigrantes deportados. Em postagem nas redes sociais mais cedo, o chefe do Executivo colombiano afirmou que os EUA “não podem tratar os imigrantes colombianos como criminosos”.
Segundo Petro, o governo apoiará a substituição de produtos americanos por produtos nacionais. “Os produtos americanos cujo preço subirá dentro da economia nacional devem ser substituídos pela produção nacional, o governo ajudará nesse propósito”, escreveu no X.
“Nunca nos recusamos a receber migrantes e tentamos impedir a migração”, esclareceu Petro. “Mas não me peça para receber deportados dos EUA, algemados e em aviões militares. Não somos colônia de ninguém.”
O México também negou a entrada de um avião com deportados dos EUA, mas ainda não houve resposta da Casa Branca à atitude. Ambos os países alegaram que só receberão os imigrantes enviados pelo novo governo americano quando forem estabelecidos protocolos que garantam sua transferência com dignidade.
Como pano de fundo do imbróglio está a chegada do primeiro avião de deportados dos EUA ao Brasil, na noite deste sábado, em que passageiros do voo aterrissaram com os pés e as mãos algemados. A operação fazia parte de um acordo firmado entre Brasília e Washington em 2017 para garantir o retorno acelerado de imigrantes irregulares sem que precisassem ficar detidos por muito tempo nos EUA. O governo federal cobrou explicações à Casa Branca.
Em comunicado, o Ministério de Relações Exteriores disse que o “uso indiscriminado de algemas e correntes viola os termos de acordo com os EUA, que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados”. A pasta classificou como “degradante” o tratamento dispensados aos deportados no voo de repatriação do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE), com destino a Belo Horizonte.
O voo fez escala no aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus, mas acabou não sendo autorizado a seguir para a capital mineira “em função do uso das algemas e correntes, do mau estado da aeronave, com sistema de ar condicionado em pane, entre outros problemas, e da revolta dos 88 nacionais a bordo pelo tratamento indigno recebido”, afirma nota do MRE.