Com remotas chances de releição para o Senado, o ex-presidente Fernando Collor (PTB) concorre ao governo de Alagoas com uma campanha extremamente vinculada à do presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem se aproximou nos últimos anos em busca de espaço político no Estado. Bolsonaro aparece em tudo: na propaganda eleitoral, jingles, redes sociais, adesivos, figurinhas para WhatsApp, discursos e até nos ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à imprensa.
Na TV, a campanha é toda dedicada a “reforçar” o elo com Bolsonaro. O presidente, porém, não pediu votos publicamente para Collor e nem fará isso – segundo fontes, para não desagradar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que apoia a candidatura de Rodrigo Cunha (União) ao governo.
A “dobradinha” forçada, contudo, não tem se mostrado efetiva até o momento. Collor está numericamente em terceiro lugar, com 17%, de acordo com o Ipec entre 29 e 31 de agosto. O segundo turno seria disputado pelo governador Paulo Dantas (MDB), que tem 24%, e por Cunha, com 21%.
A vinculação a Bolsonaro, dizem adversários e aliados, foi parte de uma estratégia para aumentar as chances em Alagoas, Estado onde os apoiadores do presidente são numerosos, especialmente na capital, Maceió, uma das três do Nordeste em que ele venceu Fernando Haddad (PT) no segundo turno em 2018.
A campanha umbilicalmente vinculada a Bolsonaro ainda teria dois objetivos, segundo adversários e aliados. Se sair derrotado, o petebista poderá “culpar” Bolsonaro e dizer que “foi para o sacrifício” para dar palanque a ele em Alagoas. E aí cobrar a “fatura”, uma vaga de embaixador se o presidente for reeleito.