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O corpo do apresentador Raimundo Varela Freire Júnior foi cremado nesta quinta-feira (7), no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador. Ele morreu durante a madrugada, aos 75 anos, e a causa da morte não foi divulgada pela família. Colegas de profissão, autoridades baianas e familiares se despediram do apresentador.
“A gente acha que se prepara para isso, mas nunca estamos preparados. Varela sempre foi um homem de muita inspiração, de muito trabalho, um homem que sempre nos ensinava alguma coisa”, desabafou a viúva, Sheila Varela em entrevista ao portal g1 Bahia.
A cerimônia de cremação aconteceu logo após o velório, que também foi no Jardim da Saudade. Amigos e familiares de Varela foram se despedir do apresentador, que trabalhou na comunicação baiana durante quatro décadas.
Segundo o filho do apresentador, Gel Varela, os últimos dias do pai foram sofridos.
“Meu pai estava sofrendo nos últimos dias. Ele passou um tempo dormindo sem saber se acordaria, tivemos que ter muita habilidade para promover tranquilidade na vida dele”, contou.
Varela estava internado na Clínica Florence, que é especializada em cuidados paliativos, desde o dia 23 de agosto. Em nota, a instituição, que fica na capital baiana, lamentou e se solidarizou com os familiares, mas também não detalhou qual seria a causa do óbito.
Comunicadores e autoridades baianas
Diversos comunicadores e autoridades baianas se despediram do apresentador, que trabalhou no ramo por quatro décadas e passou por diversas empresas.
“Quando ele batia na mesa, o recado dele chegava onde tinha que chegar. Ele tinha um olhar voltado para o povo, para suas carências, necessidades. Sem dúvidas, deixa um enorme legado para a comunicação”, disse a jornalista e apresentadora da TV Bahia Jéssica Senra.
“Sempre foi um cara que ensinou, brigou, reclamou, mas era um cara que tinha um poder de ensinamento muito grande”, disse o radialista Urias Nery. O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), foi ao velório.
“Perdemos hoje um dos maiores comunicadores da Bahia. Raimundo Varela se destacou com seu jeito firme de levar a notícia no rádio e na tv. Meus sentimentos aos amigos e familiares”, escreveu em suas redes sociais o deputado federal João Leão (PP), que também esteve no velório.
“Varela marcou época na TV e no rádio com seu jeito muito peculiar, com as batidas na mesa e os cartões que dava às autoridades. Acordar e ouvir Varela no rádio era quase uma tradição durante minha juventude. Lamento profundamente a partida desse gigante da comunicação da Bahia, que sem dúvidas deixa um legado imenso”, afirmou o prefeito.
Durante as celebrações do 7 de Setembro, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, falou com a imprensa sobre a morte do apresentador.
“Durante minha passagem como secretário de Desenvolvimento Rural e de Educação, tive oportunidade de diversas vezes me encontrar com ele dando entrevistas. Sempre sensato e provocador em seu estilo, mas sempre antenado no que fazia, e com muita maestria”, lembrou o governador.
Comunicador baiano
Nascido em Itabuna, no sul da Bahia, Raimundo Varela Freire Júnior se mudou para a capital baiana ainda criança e cresceu no bairro de Periperi, no subúrbio de Salvador.
Conhecido popularmente como Varela, o baiano foi um dos principais comunicadores do estado e atuou na TV Itapoan, afiliada da TV Record na Bahia, na TV Bandeirantes e na Rádio Sociedade.
Com as fortes batidas na mesa, sua marca registrada, ele consolidou uma carreira de quatro décadas no meio da comunicação.
Em 2006, Varela teve uma crise renal e precisou ficar quase 100 dias internado. O apresentador precisou ser transferido para São Paulo devido a gravidade do quadro. Na época, ele tinha 58 anos.
Durante a internação, Varela encontrou um doador compatível e fez dois transplantes: de rim e de fígano.
