quinta-feira 9 de janeiro de 2025
Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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quarta-feira 8 de janeiro de 2025 às 08:56h

Cobiçado para 2026 e base de Cláudio Castro, PP entra na gestão de Eduardo Paes

ELEIÇÕES 2026, NOTÍCIAS, POLÍTICA


Considerado um fiel da balança para a eleição de 2026 no Rio, o PP colocou os pés na gestão do prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), tido como candidato ao governo do estado no ano que vem. Mesmo que de forma discreta, assumindo a pasta de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida, a sigla deu sinais conforme Caio Sartori e Luiz Ernesto Magalhães, do O Globo, de que não quer ficar de fora de nenhum dos lados que tendem a disputar o Palácio Guanabara. O outro grupo é o do atual governador, Cláudio Castro (PL), do qual o PP detém postos com ampla estrutura de cargos e entregas, como a Saúde.

Paes nomeou o vereador Felipe Michel, até outro dia um ferrenho crítico da prefeitura. Ele havia ocupado o mesmo cargo durante o governo de Marcelo Crivella (Republicanos). Michel se licenciou do partido para enfraquecer o argumento de que o PP estaria com um pé em cada canoa. A sigla também alega, para acalmar os insatisfeitos, que o principal motivo da indicação teria sido abrir uma vaga na Câmara Municipal para o suplente Jorge Felippe (PP), ex-presidente da Casa que não conseguiu renovar o mandato na última eleição.

Quando projetam a disputa de 2026, aliados do prefeito classificam o PP como “sonho”, e a entrada na prefeitura seria um “primeiro passo para o apoio”. É uma peça, avaliam, que bagunçaria o tabuleiro e esvaziaria a hoje dominante aliança que sustenta o governo Castro — que tem como outros pilares o União Brasil e o MDB, além do próprio PL. Seria importante, portanto, começar a afagar a legenda. É por isso que, a despeito de a pasta oferecida ser de porte discreto, o passo em si foi encarado como “gigante” pelo entorno do prefeito.

Com exceção do partido do governador, que conquistou 22 prefeituras no estado, o PP é quem venceu no maior número de cidades, 16. Entre elas, locais populosos como Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e Campos dos Goytacazes, no Norte do estado. Além disso, é a quinta legenda com as maiores fatias de dinheiro público para campanhas e do tempo de propaganda gratuita na TV e no rádio, em patamares parecidos com o PSD de Paes, que é o quarto.

Alianças

No estado do Rio, a capital é praticamente a única força da legenda do prefeito. O PSD não conquistou outra cidade populosa, tampouco chegou perto de fazê-lo. Os partidos que compuseram a coligação de Paes em 2024, quase todos de centro-esquerda, também não contam com capilaridade no território fluminense, o que leva ao diagnóstico de que é fundamental avançar sobre aqueles que hoje estão com Cláudio Castro.

O diretório estadual do PP é comandado pelo deputado federal Dr. Luizinho, assolado nos meses finais de 2024 pelo escândalo dos transplantes com HIV na rede de Saúde, que tinha parentes do parlamentar envolvidos. Foi com ele e com o presidente nacional da sigla, o senador Ciro Nogueira (PI), que Paes conversou para abrigar Felipe Michel na prefeitura.

“Agora o time está completo: o vereador do Progressistas Felipe Michel assume a secretaria de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida! Agradeço aos meus amigos deputado Doutor Luizinho e ao senador Ciro Nogueira pela liberação do passe desse craque!”, publicou o prefeito ao anunciar a nomeação.

Logo depois de reeleito, em outubro do ano passado, Paes assumiu em entrevista ao GLOBO que o PP de Luizinho era a grande força a ser cortejada rumo a 2026, apesar de ele negar a candidatura ao governo. Um empecilho sempre citado, no entanto, é a provável inclinação da sigla a uma candidatura de oposição ao presidente Lula (PT), aliado do prefeito carioca. Como a eleição estadual e a nacional são bem casadas, o jogo presidencial poderia prejudicar a composição de Paes no Rio. Aliado de Lula no passado, Ciro Nogueira se tornou aliado de Bolsonaro nos últimos anos e chegou a ser ministro da Casa Civil no governo do ex-presidente.

Apesar de Paes e Castro terem conversado sobre a nomeação de um quadro do PP na prefeitura para evitar novos atritos, houve insatisfação entre alguns correligionários do governador com a forma como tudo foi feito. Castro deveria, segundo esses interlocutores, ter sido mais duro contra o movimento, a fim de evitar uma onda maior de quadros do partido rumo à administração carioca.

Também causou irritação no PL a publicação feita por Luizinho para anunciar a nomeação de Michel, na qual reiterou um convite para Castro se filiar ao PP. “Na política não se convida mulher casada para jantar”, escreveu em uma rede social o presidente municipal do PL, Bruno Bonetti, sem se referir explicitamente ao caso.

Na eleição municipal, partiu do governador o estímulo à candidatura de Marcelo Queiroz pelo PP. Era uma forma de evitar que o partido pulasse na coligação de Paes, algo que o prefeito tentava. Nas urnas, o efeito foi nulo: Queiroz teve 2% dos votos e ficou na quarta colocação, enquanto Paes se reelegeu no primeiro turno.

Fé na base

No entorno de Castro, como o próprio governador disse em entrevista ao GLOBO em dezembro, a confiança reside na aglutinação dos partidos da base e na força da máquina para 2026, eleição em que o grupo ainda não tem um candidato claro. Pesquisas internas, no entanto, mostram que, se a disputa fosse hoje, Paes começaria com larga vantagem — e essa perspectiva de poder futuro pode atrair partidos.

O governador, no entanto, afirmou que “se nos organizarmos, é difícil até ele (Paes) sair candidato”. Para disputar o Guanabara, o prefeito precisaria deixar o novo mandato antes da metade, em abril de 2026.

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