A Câmara Municipal de Salvador aprovou, na tarde desta terça-feira (18), uma moção de apoio (nº 67/19) ao vereador Suíca e à vereadora Marta Rodrigues, ambos do PT, que foram alvo de uma ação judicial por danos morais. A notificação foi impetrada por três policiais militares, que alegam exposição em fotos publicadas pelos legisladores após um protesto ocorrido no supermercado Extra, na Paralela.
No dia 18 de fevereiro deste ano, um ato realizado no interior do estabelecimento repudiou a ação violenta de um segurança que matou o jovem Pedro Henrique Gonzaga, 19 anos, por asfixia em uma filial do Extra no Rio de Janeiro.
A moção foi apresentada em plenário pelo vereador Moisés Rocha (PT), destacando que a ação foi injusta e impetrada sem que houvesse tentativa de diálogo. “Esta Casa não compactua com ações que tentem intimidar o exercício da função parlamentar e, por isso, reitera o apoio incondicional aos parlamentares”, diz o texto apresentado por Moisés.
Marta e Suíca são, respectivamente, presidente e vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Durante a sessão ordinária, Suíca se defendeu, ressaltando que os vereadores apenas apoiavam o ato e classificou a ação dos PMs como “uma forma de reprimir e amedrontar”. “Não vamos abaixar nossas cabeças, estávamos apenas defendendo aqueles e aquelas que nos procuram”, afirmou Marta.
Reunião
“Me solidarizo e tenho o mesmo entendimento do vereador Moisés Rocha”, disse o presidente da Câmara, vereador Geraldo Júnior (SD).
Em tempo, o chefe do Legislativo informou que iria solicitar uma reunião com o comandante-geral da PM-BA, coronel Anselmo Brandão, e com o secretário estadual de Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa, para buscar “coibir tais tipos de procedimentos em respeito à democracia”.
A vereadora Aladilce Souza (PCdoB) e o vereador Marcos Mendes (PSOL) também participaram do protesto, que expressou dentro do estabelecimento que “vidas negras importam”.