Claudia López assumiu nesta quarta-feira (1º) como a primeira prefeita eleita de Bogotá, epicentro de raros protestos multitudinários, e prometeu uma gestão focada na luta contra “o racismo, o classismo, o machismo e a xenofobia”.
Aos 49 anos, a opositora do presidente Iván Duque reivindicou sua origem humilde, “sem berço ou sobrenome”, assim como sua condição “diversa” após seu casamento com a senadora Angélica Lozano em 16 de dezembro.
Ele também enfatizou sua eleição em um país historicamente governado por homens das elites liberais e conservadoras.
“Obrigado a todos por me acompanharem neste momento muito especial da vida, por me darem posse como a primeira mulher, mulher diversa, eleita prefeita da história de Bogotá”, disse López em seu discurso de posse.
A mandatária rompeu com o protocolo da cerimônia e organizou um ato no parque Simón Bolívar, no oeste da capital colombiana, aonde foram centenas de pessoas, que vibraram com suas palavras.
Com ela, assumiram os prefeitos, governadores e demais autoridades locais eleitas em 27 de outubro, em uma dura derrota para o partido no poder, o Centro Democrático, nas principais cidades.
Emotiva e enérgica, López convocou os moradores de Bogotá a construir uma cultura cidadã que elimina “de uma vez por todas o racismo, o classismo, o machismo e a xenofobia, através de uma pedagogia da igualdade”.
Com 7 milhões de habitantes, a capital da Colômbia é o maior foco das mobilizações que ocorrem desde 21 de novembro contra o governo de direita, liderado por Duque, e exigem uma mudança de rumos.
A cidade também recebe 24% do 1,6 milhão de venezuelanos que migraram devido à crise em seu país.
A prefeita apresentou uma “agenda de mudanças” para seus quatro anos de governo, centrada no combate à falta de segurança, aos engarrafamentos e à promoção de empregos e educação gratuitos e de qualidade.
Em sintonia com sua plataforma ambiental, ela ainda prometeu “esverdear a cidade”.
“Bogotá, muito obrigada por confiar a mim seu presente e seu futuro. Prometo honrar essa confiança e dar tudo de mim para que nossa Bogotá seja, nos próximos quatro anos, uma cidade e região mais cuidadora, inclusiva e sustentável”, prometeu.