O senador Ciro Nogueira (PP-PI) reagiu à postagem que o ex-comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Júnior publicou nesta última segunda-feira (18) à tarde nas redes sociais em resposta ao ataque feito horas antes pelo ex-chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro. Disse que não tem “condescendência com quem” desonra as instituições.
Batista Junior escreveu que “ao tentar apoio para as eleições de 2026, o senador Ciro Nogueira agride a instituição militar e demonstra desconhecer a lei brasileira, que estabelece que a continência militar é devida às autoridades, não às pessoas”.
Em resposta, diz Ciro:
— Nunca agrido instituição nenhuma, mas não tenho condescendência com quem as desonram.
A postagem feita ontem cedo por Ciro no X atacando o general Freire Gomes que, segundo depoimento do ex-chefe da Aeronáutica Baptista Júnior à PF teria ameaçado prender Jair Bolsonaro, caso avançasse com a tentativa de golpe de estado, continha uma estocada especial no ex-comandante do Exército. Especificamente neste trecho: “Borrar-se agora porque não pode fazer as continências que faria é uma vergonha inominável.” Como se não bastasse o teor agressivo do post, o chefe da Casa Civil de Bolsonaro escolheu justamente a expressão “borrar-se” para referir-se a alguém que o general Braga Netto chamou de “cagão”.
Eis a íntegra da postagem de Ciro Nogueira na manhã de hoje:
”Quer dizer que agora um Chefe, dois Chefes (?) de Forças Militares testemunham um Golpe de Estado e não fizeram nada? O General da ativa mais importante do país na ocasião que ouviu uma ameaça grave à Democracia é o mesmo que agora bate no ex-Comandante em Chefe que perdeu as eleições da mesma forma que bateria continência para o mesmo Comandante em Chefe, caso ele tivesse sido reeleito? É possível acreditar em quem bateria continência para o vencedor com a mesma firmeza com que bate em retirada do derrotado? Está absolutamente provado que há um CRIMINOSO INCONTESTE. Ou o criminoso que cometeu prevaricação ao não denunciar ao país o “golpe” ou o caluniador que o denuncia hoje, não tendo ocorrido. O General mais importante do país, tão cioso da Democracia, em dezembro de 2022, sairia de qualquer reunião imprópria, denunciaria qualquer conluio e teria absoluto apoio da sociedade brasileira. Borrar-se agora porque não pode fazer as continências que faria é uma vergonha inominável. Todos os militares têm o dever de honrar sua farda. Alguns deveriam ter ainda mais compromisso em honrar seus pijamas.”