O senador e presidente do PP, Ciro Nogueira, afirmou que somente apoiaria o nome de Pablo Marçal (PRTB) em uma corrida eleitoral para a presidência da República se ele fosse endossado por Jair Bolsonaro (PL).
Nogueira afirmou durante entrevista ao portal Uol nesta última sexta-feira (11) que o apoio do campo da direita continua com Bolsonaro, mesmo inelegível, mas que o poder de comunicação de Marçal não é descartável.
O senador disse acreditar que Marçal se candidata ao governo de São Paulo em 2026, mas que, hoje, não ofereceria a legenda do PP para o candidato porque o tema ainda não foi debatido internamente no partido.
[Marçal] é um nome fortíssimo para presidente, fortíssimo para governador em SP ou qualquer estado. Hoje no país, ninguém tem o poder de comunicação que ele tem. Se ele tiver um partido com tempo de televisão, é um nome muito forte. […] Se tivesse o apoio de Bolsonaro, apoiaria.Quem vai ser mais forte é quem tiver o apoio de Bolsonaro. Não sou eu quem fala, [e sim] as pesquisas. Se coloca Tarcísio e Marçal separadamente sem Bolsonaro, é complicado, porque o poder de comunicação do Marçal é bem maior do que o de Tarcísio. […] Acredito que Marçal vai ser candidato a governador de São Paulo.
Ciro Nogueira, presidente do PP
Nogueira endossou que, apesar do presidente do PL Valdemar Costa Neto ter citado o nome de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como possível alternativa, a preferência do campo segue com o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e com quem Bolsonaro apoiar.
Qualquer nome com o sobrenome ‘Bolsonaro’ sai com um percentual até igual o Tarcisio. A força política de Bolsonaro é uma coisa impressionante. É uma escolha que vai caber a ele, que é um grande eleitor. Mas não vou negar que Tarcísio teria uma amplitude maior devido ao seu desempenho no estado de São Paulo. Concordo com Valdemar que ele é o número 1, mas vamos lutar até o fim para que o [ex]-presidente se torne elegível.
Ciro Nogueiram presidente do PP
Dificuldade para anistia é aprovação pelo Senado, diz Nogueira.
Questionado a respeito da inelegibilidade do ex-presidente, Nogueira afirmou que a dificuldade de aprovar uma anistia seria no Senado —mas que a pressão conforme as eleições se aproximarem pode mobilizar votos a favor de Bolsonaro.
Na Câmara, tenho certeza que passa. Dois terços é de perfil conservador, e quanto mais próximo chegar a eleição, mais as pessoas vão ter que se explicar por que votaram para não anistiar. Quando as pessoas tomarem conhecimento dos motivos que levaram à cassação dele, que é uma reunião com embaixadores, elas não entendem. A dificuldade é o Senado, só que dois terços do Senado vão ser renovados.
Ciro Nogueira, presidente do PP
O presidente do PP ainda classificou como um erro a proximidade de Jair Bolsonaro (PL) com o pastor Silas Malafaia, que chamou o ex-presidente de “covarde” e “omisso” por adotar um comportamento dúbio nas eleições de São Paulo. “Que porcaria de líder é esse?”, afirmou Malafaia à coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, no início da semana. Para Nogueira, Malafaia é uma “figura execrável” e se mostrou desleal ao contar, por exemplo, que um dia Bolsonaro chorou por cinco minutos sem parar ao telefone.
O erro [de Bolsonaro] é ele aceitar essas figuras como Silas Malafaia, que é uma figura completamente execrável, que não lidera nada. Aí isso dá uma repercussão, coloca ele na frente de uma manifestação de milhões, como se ele fosse um grande líder. Ele não é líder de coisa nenhuma. É um pastor líder de internet, que não tem nem igreja representativa no país.
É um grande erro de Bolsonaro ter esse tipo de figura do lado dele. Não acrescenta em nada e mostrou agora que não é uma pessoa de confiança.
Pegou [mal]. Ele colocar essa pessoa do lado e essa pessoa vai criticar dessa forma desleal, revelando conversa de telefone. É uma pessoa desleal, eu quero distância dessa figura.
Ciro Nogueiram presidente do PP