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Cérebro humano não diminuiu há 3 mil anos, segundo novo estudo (Foto: Flickr/Creative Commons )
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terça-feira 9 de agosto de 2022 às 10:33h

Cientistas refutam hipótese de que cérebro humano diminuiu há 3 mil anos

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Em pesquisa publicada no último dia 29 de julho no periódico Frontiers in Ecology and Evolution, pesquisadores colocaram em xeque uma teoria que afirma que o tamanho do cérebro humano teria diminuído há 3 mil anos.

Brian Villmoare, especialista da Universidade de Nevada, nos EUA, lidera conforme a revista Gallileu, o novo estudo ao lado de Mark Grabowski, da Universidade John Moores, no Reino Unido. Os dois analisaram o mesmo conjunto de dados utilizado por uma equipe de cientistas em pesquisa publicada em outubro de 2021, também no Frontiers in Ecology and Evolution.

O estudo anterior afirma que o cérebro encolheu por volta do século 12 a.C., na transição para as sociedades urbanas modernas. A hipótese liderada por Jeremy M. DeSilva, da Dartmouth College, nos EUA, diz que a diminuição cerebral ocorreu enquanto os humanos ainda forjavam grandes impérios e desenvolviam novas formas de textos escritos.

DeSilva e sua equipe apontaram ainda que a capacidade de nossos ancestrais de armazenar informações em grupos sociais teria diminuído a necessidade de manter grandes cérebros. A teoria foi baseada em padrões evolutivos de colônias de formigas, incluindo também dados de 987 fósseis humanos e espécimes de museus.

A nova pesquisa sugere, por sua vez, que o sistema nervoso central não se alterou nos últimos 30 mil anos — nem sequer nos últimos 300 mil anos, segundo Villmoare. “Na verdade, com base nesse conjunto de dados, não podemos identificar redução no amanho do cérebro em humanos modernos em qualquer período desde as origens de nossa espécie”, ressalta. em comunicado.

Segundo o estudo mais recente, a ascensão da agricultura e das sociedades complexas ocorreram em diferentes momentos, gerando uma variação das mudanças no crânio em diversas populações. De modo equivocado, os dados de DeSilva se referiam a apenas 23 crânios vitais para marcar essas alterações, agrupando espécimes de locais como Inglaterra, China, Mali e Argélia.

Além disso, mais da metade dos crânios analisados representam apenas os últimos 100 anos de um período muito maior, de 9,8 milhões de anos, não oferendo uma ideia de como o tamanho craniano poderia ter mudado ao longo do tempo.

“Ficamos impressionados com as implicações de uma redução substancial no tamanho do cérebro humano moderno cerca de 3 mil anos atrás, durante uma era de muitas inovações importantes e eventos históricos — o surgimento do Novo Reino do Egito, o desenvolvimento da escrita chinesa, a Guerra de Troia, e o surgimento da civilização olmeca, entre muitos outros”, cita Villmoare.

A dupla de autores disse que suas análises, contudo, não mostraram alterações no tamanho do cérebro associadas à transição para a agricultura no Holoceno. “No geral, nossa conclusão é que, dado um conjunto de dados mais apropriado para a questão de pesquisa, o tamanho do cérebro humano tem se mantido notavelmente estável nos últimos 300 mil anos”, escrevem.

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