Chorando bastante, em seu gabinete na Câmara, ela se disse desiludida: “Não imaginei que minha vida aqui dentro seria essa”.
A deputada Alê Silva, do PSL de Minas Gerais, que acusou o ministro do Turismo de ameaçá-la, afirmou temer sofrer um “acidente provocado”, causado por pessoas próximas a Marcelo Álvaro Antônio. Em entrevista à coluna, Silva disse que pedirá hoje à tarde segurança à Câmara, e disse ter ouvido de Hamilton Mourão o conselho para se manter “calma”. Silva revelou ter sido alvo de uma ameaça de morte em depoimento na Polícia Federal, na semana passada, e em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo , no sábado.
“A gente fica preocupada, né? Fica cismada. A gente pensa: ‘Poxa vida, a pessoa é super poderosa, estou aqui muito perto’. Não sei… Tem pessoas difíceis que andam ao redor dele (Marcelo Álvaro). Para dar uma ordem, para fazer qualquer coisa, um acidente provocado… Claro que a gente fica preocupada”, disse à coluna.
Silva afirmou que, desde que revelou o caso à imprensa, se sente mais segura, e emendou que tem policiais como assessores de gabinete. “O ministro do Turismo não seria louco”, disse, “de levar adiante a ameaça de morte após a repercussão”.
A sugestão do pedido de proteção partiu do líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo. De acordo com Alê Silva, a PF a avisou que está de prontidão caso perceba alguma ameaça direta, e Hamilton Mourão pediu “calma” a ela, após a revelação das ameaças. Segundo Silva, foi a única palavra de Mourão, o único integrante do Palácio do Planalto que a contactou.
Apesar de não contar com o apoio do presidente do PSL, Luciano Bivar, Silva não criticou o partido, e disse pretender continuar na legenda. Tampouco criticou Jair Bolsonaro.
“Eu acordei a tempo. Minha única esperança é que um dia Bolsonaro acorde, porque está criando uma cobra do lado dele”.
Chorando bastante, em seu gabinete na Câmara, ela se disse desiludida: “Não imaginei que minha vida aqui dentro seria essa”.