A China retirou a promessa de não enviar tropas ou administradores a Taiwan depois de recuperá-la, mostrou um documento oficial nesta quarta-feira (10), sinalizando uma decisão do presidente Xi Jinping de conceder menos autonomia do que o sugerido anteriormente.
O “livro branco” da China sobre sua posição sobre a ilha segue dias de exercícios militares chineses sem precedentes, em protesto contra a visita da presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, na semana passada.
Taiwan rejeita as reivindicações de soberania da China e afirma que o povo da ilha deve decidir seu futuro e promete defender sua democracia.
A China havia dito em dois documentos anteriores sobre Taiwan, em 1993 e 2000, que “não enviará tropas ou pessoal administrativo para se basear em Taiwan” após alcançar a unificação.
Essa determinação, destinada a garantir autonomia a Taiwan depois de se tornar uma região administrativa especial da China, não está inserida no documento mais recente.
O Partido Comunista da China havia proposto que Taiwan poderia retornar ao seu domínio sob um modelo de “um país, dois sistemas”, semelhante à fórmula sob a qual a ex-colônia britânica de Hong Kong em 1997. Isso ofereceria alguma autonomia a Taiwan para preservar parcialmente seus sistemas sociais e políticos.
O “livro branco” de 2000 dizia que “qualquer coisa pode ser negociada” desde que Taiwan aceite que há apenas uma China e não busque a independência. Esta parte também foi retirada.
O novo documento é intitulado “A Questão de Taiwan e a Reunificação da China na Nova Era”. A “nova era” é um termo comumente associado ao governo de Xi.