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O segundo módulo do "Palácio Celestial" chinês foi lançado por um foguete na província de Hainan - Foto: REUTERS - CHINA DAILY
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domingo 24 de julho de 2022 às 14:06h

China lança seu segundo módulo espacial com sucesso

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Em uma operação considerada delicada, a China lançou neste domingo (24) o segundo de três módulos da estação espacial em construção pelo país. O equipamento chamado Wentian, de 20 toneladas, foi lançado por um foguete não tripulado da ilha tropical de Hainan, uma província chinesa. Centenas de pessoas se reuniram nas praias ao redor para acompanhar o lançamento.

Após oito minutos de voo, “Wentian se separou com sucesso do foguete para se colocar na órbita planejada”, saudou a agência espacial chinesa. Três astronautas da estação espacial vão fazer a acoplagem do novo laboratório.

Com quase 18 metros de comprimento e 4,2 metros de diâmetro, este módulo deve atracar em Tianhe, o primeiro módulo da estação que já está em órbita desde abril de 2021. A operação de amarração é um desafio para a tripulação, pois exige várias manipulações sucessivas e de alta precisão, com o uso de um braço robótico.

“É a primeira vez que a China teve de acoplar veículos tão grandes juntos” e “é uma operação delicada”, disse Jonathan McDowell, astrônomo do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica. Em última análise, “isso permitirá que a estação seja muito mais capaz, com espaço e energia para realizar mais experimentos científicos”, sublinha McDowell.

Equipado com três espaços para dormir, um banheiro e uma cozinha, o Wentian servirá como plataforma de backup para controlar a estação, em caso de falha. O terceiro e último módulo chinês, batizado de Mengtian, será enviado ao espaço em outubro.

A China foi pressionada a construir a sua própria estação devido à recusa dos Estados Unidos em permitir que o país participasse da Estação Espacial Internacional (ISS).

Nomeada em chinês Tiangong (“Palácio Celeste”), mas também conhecida por sua sigla CSS (para “estação espacial chinesa” em inglês), ela deverá estar totalmente operacional até o final do ano.

A estação terá, então, a sua forma final em T. Será semelhante em tamanho à extinta estação russo-soviética Mir. A vida útil do projeto deve ser de 10 a 15 anos.

“A CSS terá então concluído a sua construção em apenas um ano e meio, o ritmo mais rápido da história para uma estação espacial modular”, sublinha Chen Lan, analista do site Go Taikonauts.com, especializado no programa espacial chinês. “Em comparação, as construções da Mir e da Estação Espacial Internacional (ISS) levaram 10 e 12 anos, respectivamente”.

Corrida espacial

A conclusão de Tiangong também permitirá à China realizar, pela primeira vez, um revezamento de tripulação em órbita. Essa troca deve ocorrer em dezembro, quando os astronautas da missão Shenzhou-14, atualmente na estação espacial, darão lugar aos da Shenzhou-15. Tiangong hospedará os seis membros da tripulação por vários dias.

O gigante asiático vem investindo bilhões de euros em seu programa espacial há várias décadas. A China enviou o seu primeiro astronauta ao espaço em 2003. No início de 2019, pousou uma espaçonave no lado oculto da Lua, uma estreia mundial.

Em 2020, trouxe de volta amostras da Lua e finalizou o Beidou, o seu sistema de navegação por satélite, concorrente do GPS americano.

Em 2021, a China pousou um pequeno robô em Marte e planeja enviar homens à Lua, até 2030.

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