A China confirmou nesta sexta-feira (17) que o vice-presidente Han Zheng comparecerá à posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, representando o presidente Xi Jinping como seu “representante especial”. Essa medida sinaliza a intenção de Pequim de “melhorar o diálogo” com a nova administração dos EUA, apesar do cenário tenso de um relacionamento comercial complexo, conforme relatado pela AFP.
É um movimento que está sendo observado de perto no Estreito de Taiwan, em Taipei, e na capital japonesa, Tóquio; tanto Taiwan quanto o Japão têm lidado, nos últimos meses, quase diariamente com o aumento da agressão territorial e da intimidação por parte das forças militares chinesas.
O anúncio acontece poucos dias antes da segunda posse de Trump, marcada para 20 de janeiro, marcando um momento crucial nas relações EUA-China. Embora o presidente eleito seja conhecido por sua postura agressiva no comércio, incluindo a imposição de tarifas pesadas sobre importações chinesas durante seu primeiro mandato, a China expressou prontidão para buscar um relacionamento “estável, saudável e sustentável” com os Estados Unidos. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China reiterou que Pequim segue os princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação ganha-ganha em suas negociações internacionais.
A inauguração, que marca o início da segunda presidência de Trump, está pronta para trazer as duas potências mundiais de volta a uma delicada dança diplomática. O convite da China para a cerimônia segue a ruptura de Trump com a tradição ao convidar líderes estrangeiros como Xi para comparecer, um gesto que indica potencial para engajamento futuro.
Enquanto os EUA e a China estão há muito tempo envolvidos em guerras comerciais, acusações sobre práticas comerciais desleais e disputas sobre questões como tráfico de fentanil, o governo chinês expressou seu comprometimento em trabalhar com a nova liderança dos EUA para “administrar adequadamente as diferenças”. Com as tensões ainda fervendo, a liderança em Pequim espera traçar um caminho em direção a um relacionamento mais construtivo, apesar dos desafios atuais.
À medida que Trump entra em seu segundo mandato, o mundo estará observando atentamente os sinais de como os EUA abordarão suas negociações com a China, particularmente porque Trump ameaçou medidas ainda mais severas contra a segunda maior economia do mundo. No entanto, com o apelo de Pequim por cooperação, o cenário está pronto para possíveis mudanças nos laços bilaterais que moldarão o futuro do comércio global.