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segunda-feira 18 de abril de 2022 às 05:56h

China é o destino de mais da metade da produção brasileira de manganês

NEGÓCIOS, NOTÍCIAS


Em solo brasileiro estão localizadas 10% das reservas mundiais de manganês. Com esse volume, o Brasil é hoje segundo o jornal Estado de São Paulo, o quarto maior mercado mundial do insumo, atrás apenas de Ucrânia, África do Sul e Austrália. Com a eclosão da guerra entre Rússia e Ucrânia, as indicações são de que a demanda pelo minério nacional aumente.

O destino da maioria da produção é a China, apontam os dados do Ministério da Economia. Em janeiro e fevereiro deste ano, os chineses compraram 121 mil toneladas do insumo brasileiro, enquanto os demais países importaram 13 mil toneladas do minério nacional. Entre 2016 e 2021, a China adquiriu, sozinha, mais de 11,2 milhões de toneladas de manganês brasileiro, contra 4,7 milhões de toneladas destinadas aos demais países.

Se considerada a movimentação financeira, as exportações de manganês para a China somaram mais de US$ 1,3 bilhão nos últimos seis anos, ou o equivalente a R$ 6,3 bilhões. Os demais países gastaram US$ 557 milhões com a compra do minério nacional no mesmo período, ou R$ 2,6 bilhões.

Não há estimativas oficiais sobre a quantidade de minério que tem deixado o País com uso de notas frias, mas a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM) acredita que boa parte dessas exportações tem origem em áreas de exploração clandestina, como ocorre na região Sudeste do Pará.

Risco ao linhão

A extração do manganês se dá a céu aberto, com o uso de maquinário pesado para escavar os morros, além de equipamentos para britar o minério.

A retirada de toneladas de pedra precisa ainda de centenas de caminhões. Como a sua presença se dá na superfície, em profundidades que não ultrapassam dez metros, a extração acaba por varrer grandes de extensões de terras.

Em busca do manganês, os exploradores ilegais não se intimidam em explorar, inclusive, áreas concedidas a empresas privadas. Nos municípios paraenses de Pacajá, Marabá, Parauapebas e Curionópolis, a extração ilegal corre solta e a olho nu debaixo do linhão de transmissão de energia de Belo Monte. Há risco de que a movimentação de terra possa comprometer a estrutura das torres de transmissão.

Há cerca de dois anos, a concessionária que controla a rede, a Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE), empresa que pertence à chinesa State Grid e à Eletrobras, denuncia a movimentação de mineradores ilegais na região. Um acidente pode tirar do ar a maior rede de energia do Brasil e causar danos incalculáveis.

A ação ilegal já foi comunicada aos ministérios públicos federal e estadual, Polícia Civil, Polícia Federal e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os policiais chegaram a realizar operações na região em abril do ano passado na região, mas os mineradores ilegais retornaram.

Para ter uma reação rápida em caso de queda de alguma torre, a concessionária já chegou a transferir para sua base de manutenção de Parauapebas um “kit completo de instalação de oito torres de emergência”.

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