domingo 9 de março de 2025
 Bandeiras da China e dos Estados Unidos em Xangai - Foto: Reuters
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domingo 9 de março de 2025 às 13:43h

China e EUA: Guerra comercial aumenta com aplicação de novas tarifas por Pequim

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As tensões comerciais entre as duas principais economias do mundo se intensificarão nesta segunda-feira (10), quando Pequim começar a implementar tarifas sobre uma série de produtos agrícolas dos Estados Unidos em retaliação ao último aumento de taxas sobre as importações chinesas.

Desde seu retorno à Casa Branca em janeiro, o presidente americano, Donald Trump, anunciou uma série de tarifas sobre os principais parceiros comerciais, incluindo China, Canadá e México, que, segundo ele, são ineficazes na resposta a imigração irregular e aos fluxos de fentanil.

A China também é o país com o maior superávit comercial com os EUA em mercadorias.

Após impor tarifas adicionais de 10% sobre todos os produtos chineses, Trump decidiu, em 3 de março, aumentá-las para 20%.

A China respondeu imediatamente anunciando tarifas semelhantes sobre os produtos agrícolas americanos, que entrarão em vigor na segunda-feira.

O frango, o trigo, o milho e o algodão que entrarem na China serão mais taxados (15%) do que itens como sorgo, soja, carne de porco, carne bovina, frutos do mar, frutas, vegetais e laticínios (10%).

Os especialistas acreditam que esta reação chinesa tem como objetivo atingir a base eleitoral do bilionário republicano, mantendo-se moderada o suficiente para possibilitar um acordo comercial.

As tensões comerciais entre China e Estados Unidos se somam às dificuldades enfrentadas pelas autoridades chinesas em sua tentativa de estabilizar a economia do país, marcada por um baixo consumo, por uma crise persistente no setor imobiliário e pelo alto índice de desemprego entre os jovens.

 Cenário “cada vez mais complexo”

Os impostos decididos por Washington podem promover um duro golpe às exportações chinesas, que contribuíram em grande medida para o crescimento do gigante asiático no ano passado.

Alguns especialistas estimam que as consequências das medidas americanas podem não ser imediatamente visíveis.

Mas as exportações chinesas já desaceleraram em janeiro e fevereiro mais acentuadamente do que o esperado, para 2,3% ao ano, em comparação com 10,7% em dezembro.

“Como as exportações enfrentam um risco de queda devido à guerra comercial que se aproxima, a política fiscal deve se tornar mais proativa”, opinou Zhiwei Zhang, presidente e economista-chefe da Pinpoint Asset Management.

Enquanto a disputa comercial entre Pequim e Washington continua, a China organiza as “Duas Sessões”, seu principal evento político do ano, que reúne milhares de delegados de todo o país na capital.

Durante um discurso para eles na quarta-feira, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, apresentou a estratégia econômica do governo para 2025, citando um “ambiente externo cada vez mais complexo”.

O premiê também revelou uma meta de crescimento de “aproximadamente 5%”, a mesma de 2024.

Muitos economistas, no entanto, consideram que este horizonte continua ambicioso, tendo em vista as dificuldades econômicas enfrentadas pela China.

“Se os gastos fiscais começarem a aumentar em breve, isso poderá mais do que compensar o impacto de curto prazo das tarifas no crescimento”, estimou Julian Evans-Pritchard, da Capital Economics.

Entretanto, “ainda não estamos convencidos de que o apoio fiscal será suficiente para conseguir mais do que um impulso de curta duração”, acrescentou.

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