Relatório do Fundo Monetário Internacional revela que economia vive alto grau de incerteza; mesmo com recuperação, país poderá enfrentar crise do mercado imobiliário; órgão sugere mudanças para impulsionar crescimento.
O Fundo Monetário Internacional, FMI, revisou a previsão de crescimento econômico da China de 4,4% para 5,2% este ano.
No entanto, a recuperação da segunda maior economia global está sujeita a “muita incerteza” e deve enfrentar uma crise no mercado imobiliário.
Crescimento fraco
Em avaliação publicada esta sexta-feira, em Washington, o FMI destaca que a retoma da confiança do consumidor impulsionará o mercado regional de turismo, fortemente atingido pela crise de saúde.
O país asiático vive uma recuperação do consumo, após a decisão de abandonar as restrições da pandemia em dezembro. Em 2022, a economia da China teve uma expansão de 3%, uma das taxas mais fracas em décadas.
Além da recuperação, a mobilidade e a atividade da economia seguem o mesmo ritmo após a suspensão das restrições. O resultado é um impulso à economia global.
Evolução do coronavírus
Mesmo assim, a China ainda enfrenta desafios econômicos significativos. O mais saliente é a contração no mercado imobiliário, que contribui com um quarto do Produto Interno Bruto, PIB.
O FMI prevê que, a longo prazo, “os ventos contrários ao crescimento incluem uma população cada vez menor e um crescimento mais lento da produtividade”.
O mercado imobiliário sofreu uma crise de dívida que deixou dezenas de projetos residenciais incompletos causando fúria entre os proprietários e diminuindo a confiança no setor.
O órgão citou medidas para revitalizar a área, mas destacou que será preciso fazer mais para acabar com a crise, incluindo a injeção de fundos para a conclusão de projetos problemáticos e promover a reestruturação com base no mercado.
Acumulação de poupança
O relatório técnico recomenda uma série de reformas estruturais a serem implementadas a médio prazo.
Sem elas, o crescimento da China poderá baixar além de 4% nos próximos cinco anos, com a redução da força de trabalho.
As sugestões incluem o reforço da rede de segurança social para conter uma acumulação de poupança entre as famílias que estão ansiosas pelo estímulo da demanda por imóveis e por um crescimento mais amplo.
O FMI explicou ainda que o aumento da poupança doméstica da China cresceu para cerca de US$ 2,6 trilhões no ano passado.