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segunda-feira 1 de maio de 2023 às 06:36h

Charles III, um rei pouco popular com o desafio de modernizar a monarquia

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Charles III, que será coroado em 6 de maio, costumava ser um dos menos apreciados membros da realeza britânica até subir ao trono, e, embora sua popularidade tenha melhorado, agora enfrenta o desafio de conduzir uma difícil modernização da monarquia.

O novo rei foi proclamado em sóbria cerimônia em 10 de setembro de 2022, dois dias após a morte de sua mãe, em cuja imensa sombra sempre vivera.

Elizabeth II, que morreu aos 96 anos, continua sendo a figura mais popular da família real apesar de sua morte (80% no primeiro trimestre de 2023, segundo o YouGov), seguida por sua filha Anne (66%) e seu neto William (65%).

Após sua chegada ao trono, a baixíssima popularidade que tinha como príncipe disparou, colocando-o agora na quinta colocação, com 55%.

Em suas múltiplas viagens, procurou se mostrar próximo e afetuoso, além de ativo em questões diplomáticas como a guerra na Ucrânia e colaborativo em questões delicadas como a investigação dos vínculos históricos da monarquia com a escravidão.

No entanto, Charles III não consegue consolidar a sua imagem, sobretudo perante os mais jovens, apesar de compartilhar com eles uma paixão de longa data pelo meio ambiente e pelo combate às alterações climáticas.

Sob o lema “Not my king” (“Não é meu rei”), os protestos se multiplicaram nos últimos meses e vários jovens foram processados por tentar jogar ovos contra o monarca, embora nunca tenham conseguido fazê-lo.

Menos pompa e mais diplomacia

Procurando parecer menos pomposo e mais moderno do que Elizabeth II, Charles III optou por uma cerimônia de coroação simplificada, de uma hora, com cerca de 2.000 convidados, em vez das três horas e 8.000 participantes que sua mãe teve em 1953.

Mas não será sem polêmica, com a presença de seu filho mais novo, Harry, 38 anos, que em uma série de documentários e uma autobiografia explosiva descreveu a monarquia britânica como uma instituição fria e tendenciosa.

Como príncipe, Charles sempre teve a reputação de ser politicamente intrometido, e algumas de suas declarações geraram incidentes diplomáticos. Mas como rei ele tem sido discreto.

De Camilla à Diana para Camilla

Nascido em 14 de novembro de 1948 no Palácio de Buckingham, Charles Philip Arthur George Windsor foi o primeiro dos quatro filhos de Elizabeth II e do príncipe Philip.

Ele era um menino tímido e sensível quando foi nomeado príncipe de Gales em 1958. Em seguida, ele foi enviado para estudar em um internato austero na Escócia. O colégio rígido, frequentado por seu pai, representou “um inferno absoluto” para Charles.

Em 1970, tornou-se o primeiro herdeiro da coroa britânica com diploma, da Universidade de Cambridge, onde estudou arqueologia e antropologia.

Entre 1971 e 1976 serviu à Marinha Britânica. Para sua perplexidade, enquanto estava em missão no Caribe, o amor de sua vida, Camilla Shand, casou-se com Andrew Parker Bowles.

Pressionado para se casar, em fevereiro de 1981 ele pediu Diana Spencer em casamento, então com 19 anos. O casamento aconteceu em julho e foi uma grande festa nacional.

No entanto, durante décadas sua imagem ficou marcada pelo retumbante fracasso de seu casamento.

O casal se separou em 1992 e se divorciou em 1996, quando Charles já mantinha um caso com Camilla, divorciada em 1995.

Após a morte de Diana em um acidente de trânsito em Paris em 1997, Charles precisou de uma campanha de relações públicas para superar sua impopularidade.

Em 2005, casou-se com Camilla, extrovertida e sorridente, que acabou conquistando a simpatia dos ingleses.

Nos últimos anos do reinado de sua mãe, ele assumiu várias funções reais, à medida que o estado de saúde da rainha, com a idade já avançada, se deteriorava.

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