Até o início da tarde desta sexta-feira (11), a Prefeitura constatou fragmentos de petróleo em seis praias de Salvador: a do Flamengo, Jardim de Alah, Jardim dos Namorados, Piatã, Itapuã e Buracão (Rio Vermelho).
Equipes da Limpurb estão atuando na limpeza e monitoramento as manchas de óleo em todas as praias da capital baiana. O material vem atingindo o litoral do Nordeste desde o fim de agosto. Em coletiva à imprensa realizada pela manhã, no Jardim dos Namorados, o presidente da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), Marcus Passos, deu detalhes da operação especial que foi montada para minimizar os impactos ambientais.
“Montamos operação de emergência. Ontem, às 23h30, detectamos pelotas de óleo em Praia do Flamengo e, hoje pela manhã, em Piatã e Jardim de Alah. Coletamos aproximadamente 20 quilos até o momento”, disse Passos. Ele acrescentou que o número de praias atingidas pode aumentar durante o dia e que todo material recolhido está sendo guardado em locais isolados, ficando à disposição para análise de órgãos ambientais federais e estaduais. Caso a população encontre resíduos de petróleo na praia, pode entrar em contato com os canais de comunicação da Prefeitura, como o Fala Salvador 156.
“Acionaremos nossas equipes que, já estão 24 horas nas praias, fazendo a coleta do material e realizando vistorias. Além da Limpurb, há atuação da Secretaria de Manutenção (Seman), Defesa Civil de Salvador (Codesal) e Secretaria de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis). É um dos maiores danos ecológicos em extensão do Brasil. Estamos falando de aproximadamente 2.400 quilômetros de litoral, ou seja, mais de 130 praias atingidas”, acrescentou o gestor da Limpurb.
Plantão
A Limpurb conta com uma equipe de 80 agentes de operações especiais, mais dois agentes de coleta, em regime de plantão 24h, realizando o monitoramento de todas as praias de Salvador. Três caminhões e um munck (veículo com guindaste) estão à disposição para auxiliar na operação.
Para a retirada do material, as equipes seguem o protocolo determinado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O resíduo é coletado com um equipamento chamado ancinho, uma espécie de vassoura metálica, depois colocado em recipiente plástico para armazenamento temporário, com impermeabilização de solo, e posterior encaminhamento para unidade de análise e tratamento do material, de responsabilidade do Instituto.
Orientações
A orientação do Ibama é que a limpeza ocorra assim que o óleo chegar à praia, para evitar que o resíduo se espalhe para outras regiões. Os trabalhadores devem usar, pelo menos, luvas e calçados fechados, que impeçam o contato do óleo com a pele. Isso porque o petróleo pode causar problemas de saúde em caso de inalação, ingestão ou contato com a pele.
As pelotas sólidas podem ser recolhidas manualmente, com uso de luvas, além de vassouras, rodos, rastelos e pás. O procedimento deve evitar recolher areia e outros materiais junto com as pelotas de óleo, para não aumentar o volume de lixo gerado. Em hipótese alguma o óleo pode ser enterrado ou misturado com outros tipos de resíduos.
Investigação
O resultado conclusivo das amostras de petróleo encontradas no Nordeste, solicitadas pelo Ibama e pela Capitania dos Portos, e cuja análise foi feita pela Marinha e pela Petrobras, apontou que a substância encontrada nos litorais trata-se de petróleo cru.
Em análise feita pela Petrobras, a empresa informou que o óleo encontrado não é produzido pelo Brasil. A investigação da origem das manchas de óleo está sendo conduzida pela Marinha, enquanto a investigação criminal é objeto da Polícia Federal.