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sexta-feira 23 de fevereiro de 2024 às 06:43h

Centrão tenta forçar PL a desistir da CCJ e ameaça lançar candidatura separada

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Líderes do Centrão articulam uma manobra para assumir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara neste ano e romper com um acordo firmado com o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A legenda da oposição ao governo Lula assumiria o colegiado mais disputado da Casa, responsável por analisar temas jurídicos e eventuais processos de impeachment do presidente da República.

O novo acordo que vem sendo debatido prevê que o PL e o PT desistiriam juntos de assumir os comandos da CCJ e da Comissão Mista de Orçamento (CMO), respectivamente, e ficariam com outros colegiados. A proposta é defendida nos bastidores por integrantes da cúpula do União Brasil, PP, MDB — e também conta com a anuência do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), conforme informações de Gabriel Sabóia, Victoria Abel e Lauriberto Pompeu, do O Globo.

Um pacto firmado no ano passado, quando as legendas formaram um blocão para dividir os comandos das comissões, previa que o comando da CCJ neste ano ficaria nas mãos do PL. Isso implicaria uma votação simbólica no plenário da Câmara.

Lideranças do Centrão, porém, ameaçam apresentar uma candidatura em bloco e contar com traições ao PL na votação secreta no plenário, numa manobra rara para forçar o PL a abrir mão do acordo firmado para ficar com a CCJ neste ano.

O líder do União Brasil na Câmara, o baiano Elmar Nascimento, desconversa sobre uma eventual manobra para descumprir o acordo com o PL sobre o comando da CCJ.

— É claro que todo mundo quer a CCJ. Mas ainda não está definido — afirmou o parlamentar, aliado do presidente da Câmara.

O líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), diz “confiar na palavra de Lira” em relação ao comando da CCJ. O parlamentar discorda do “sistema de rodízio” que deixaria o partido de Bolsonaro longe do comando da comissão em 2024.

— Eu tenho certeza de que a CCJ será do PL. Todos querem a comissão, mas eu confio na palavra do presidente Lira e no respeito dos meus pares ao cumprimento regimental. Acho que não há qualquer discussão em relação a este acordo pacificado com Lira — diz.

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