Lideranças do Centrão no Congresso Nacional preveem de acordo com o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, que o governo Lula terá de enfrentar, em breve, uma “tempestade perfeita” com a série de CPIs que foram criadas nos últimos dias e a discussão sobre o novo arcabouço fiscal.
A avaliação de parlamentares aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é de que esse cenário abre margem para a retomada da discussão sobre semipresidencialismo no país, tema que vira e mexe volta ao debate.
Sem uma base robusta na Câmara, as apostas de parlamentares é de que Lula não conseguirá responder os ataques da oposição nas inúmeras CPIs. E ainda penará nos debates sobre o novo arcabouço fiscal.
Na visão de deputados influentes, a tendência é o governo Lula repetir o imbróglio em que se meteu ao falar em taxar compras de brasileiros em sites chineses, como Shein, Aliexpress e Shopee, e que acabou recuando após repercussão negativa.
No novo marco final, regra enviada ao Congresso para substituir o teto de gastos, o Palácio do Planalto precisará de uma alta na arrecadação para alcançar o efeito desejado pela equipe econômica comandada pelo ministro Fernando Haddad.
Em meio a tudo isso, ainda conforme Gadelha, parlamentares lembram que o o governo Lula terá ainda de arcar com o ônus da reoneração da gasolina, cujos impostos voltarão a ser cobrados em sua totalidade após o dia 30 de junho. Algo que impactará na avaliação presidencial.
CPIs viram dor de cabeça
Apesar do governo concentrar esforços em controlar a CPMI das invasões golpistas do 8 de janeiro, a aposta entre lideranças do Centrão é de que o maior problema para Lula virá de outra comissão parlamentar de inquérito: a CPI do MST.
A comissão foi instalada Lira na noite da quarta-feira (26/4). A previsão é que dois oposicionistas controlem o colegiado. Como presidente, deverá ficar o deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS). O relator poderá ser o ex-ministro Ricardo Salles (PL-SP).
Nesse cenário, a avaliação feita por líderes do Centrão é de que o governo Lula certamente será confrontado em relação às invasões feitas pelo movimento dos sem-terra, uma tema bastante impopular, especialmente entre os ruralistas.