Segundo a coluna Estadão desta segunda-feira (3), a controversa decisão do ministro Luiz Fux de suspender o juiz de garantias virou combustível na já intensa luta nos bastidores pela sucessão de Rodrigo Maia (DEM) no comando da Câmara. Os perfis apresentados como “ideais” para o novo presidente da Casa vestem sob medida o figurino de líderes do Centrão: o “conciliador”, para não gerar atritos desnecessários na relação com o jeitão “macho alfa” de Fux e de Jair Bolsonaro, e o “pulso firme”, para defender o Legislativo sem fugir das brigas com os demais Poderes. Fux assume o STF em setembro.
Pré-requisito mesmo nesses modelos segundo a publicação no jornal é a “experiência”. Com ela, o Centrão esperava fechar a porta da sucessão para os novatos e emplacar um de seus veteranos da Casa.
No perfil pulso firme se destaca o líder do PP, Arthur Lira (AL). Aguinaldo Ribeiro (PB), do mesmo partido, é tido como mais conciliador e teria a simpatia do Planalto. Ambos sonham com o apoio de Maia, que deixa o cargo em fevereiro de 2021.
Entre deputados governistas, há certo receio de que a condução da agenda da Câmara possa degringolar de vez (na perspectiva do Planalto, claro) a partir de 2021. Principalmente se os deputados optarem por um nome mais combativo para o lugar de Maia.
Marcelo Ramos (PL-AM) não se enquadra no pré-requisito da “experiência”, o que para muitos analistas e parlamentares não chega a ser necessariamente um problema. Pelo contrário, é vantagem.
Presidência do senado
No Senado, Eduardo Gomes (MDB-TO) desponta como solução para a sucessão de Davi Alcolumbre (DEM-TO), não que o atual presidente tenha desistido de alterar as regras para ganhar o direito a uma reeleição.
Gomes, da “velha política”, tem trânsito fácil com os colegas e com o governo. Se unir o MDB e ganhar a bênção de Fernando Bezerra Coelho (PE), se torna quase imbatível.
Eleito sob o signo da “renovação, Alcolumbre busca o apoio da velha guarda para tentar emplacar a reeleição, que também beneficiaria Maia.