O Centrão já dá como certo que vai conseguir uma colheita de respeito em cargos importantes do governo Lula.
Nas cúpulas do PP, Republicanos e União Brasil, a avaliação segundo a coluna de Lauro Jardim, do O Globo, é que depois de uma série de conversas realizadas nas últimas semanas entre Lula, Alexandre Padilha, Arthur Lira e outros dirigentes partidários tudo já estaria resolvido.
E que o anúncio de novos ministros (e presidentes de estatais) será feito em agosto, diz o colunista.
Antes, talvez até amanhã, pode ocorrer a oficialização de Celso Sabino, do União Brasil, no Ministério do Turismo. Mas, ainda segundo um consenso no Centrão, há um acordo para que o Turismo não seja a única mudança. O acerto é pelo pacote completo.
Mas que cargos estariam acertados, de acordo com o que líderes do Centrão tem dito nos bastidores? Ei-los:
* O Ministério do Desenvolvimento Social sairia das mãos do petista Wellington Dias e seria entregue a André Fufuca, deputado (e ex-presidente) do PP, homem de confiança de Ciro Nogueira e ex-vice líder do governo Bolsonaro.
* O Ministério do Esporte deixaria de ser comandado por Ana Moser e passaria às rédeas de Sylvio Costa Filho, do Republicanos. Costa Filho, é verdade, foi o único parlamentar do partido a pedir voto para Lula na eleição passada (assim como fez campanha para Fernando Haddad em 2018).
* A Caixa também entrou na roda: Rita Serrano seria sacada para dar lugar a Gilberto Occhi, também indicado pelo PP. Occhi já foi ministro de Dilma Rousseff; e presidente da Caixa e ministro da Saúde no governo Temer — sempre apadrinhado pelo PP.
* A Funasa, que acaba de ser recriada, ficará nas maos do União Brasil, provavelmente com o deputado Danilo Forte.
Está, repita-se, o desenho que teria sido aceito por Lula segundo os dirigentes de partidos do Centrão.
Se as coisas andarem exatamente dessa forma em agosto, conclui-se que, assim como quase todos os seus antecessores desde a redemocratização, Lula tentou enfrentar o Centrão, mas acabou optando pelo pragmatismo. E o Centrão optou por cair nos braços quentes do governo, que é tradicionalmente onde se sente muito bem acolhido e ajudando o Brasil a se desenvolver.