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Sergio Moro e Cláudia Cristofani — Foto: Reprodução
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segunda-feira 15 de janeiro de 2024 às 05:54h

Cassação de Moro: Por que suspeição de desembargadora pode ser ‘tiro pela culatra’

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A revelação de uma foto em que o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) aparece ao lado da desembargadora Cláudia Cristofani, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), provocou especulações sobre a possibilidade de algum dos partidos que pede a cassação do ex-juiz pedir a suspeição dela no julgamento que está para acontecer nas próximas semanas.

Tanto os adversários de Moro quanto integrantes do próprio tribunal tiveram acesso ao registro fotográfico publicado pelo colunista Lauro Jardim, do O Globo, há pelo menos um mês.

Mas nenhum deles pretende tentar o impedimento da desembargadora, segundo disseram à equipe da coluna de Malu Gaspar, fontes que acompanham de perto as ações. Para os dois partidos, um eventual impedimento da desembargadora pode ser um “tiro pela culatra”.

Isso porque se Cristofani não puder votar nas ações que atingem Moro, o TRE do Paraná terá que convocar o substituto: o desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

Gebran e Moro são amigos há mais de 20 anos. Além disso, o desembargador não apenas validou as decisões de Moro no âmbito da Lava-Jato, como em alguns casos defendeu até mesmo o aumento da pena de condenados pelo ex-juiz, como na ação do triplex do Guarujá.

Nesse processo, Moro havia condenado Lula a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mas quando o caso chegou à segunda instância, os desembargadores do TRF-4 acompanharam o entendimento de Gebran e aumentaram a pena para 12 anos e 1 mês.

No ano passado, Cristofani foi a relatora da prestação de contas da campanha de Moro ao Senado, aprovada por unanimidade pelo tribunal. A desembargadora também já votou a favor de Moro em setembro de 2022, por exemplo, quando relatou pedidos de impugnação de sua candidatura, e depois em dezembro daquele ano, quando a Corte aprovou as contas de campanha de Moro que PT e PL estão questionando.

O PT e o PL acusam o senador de prática de caixa 2, abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação social. Os dois partidos pretendem mostrar que a exposição e os recursos de Moro na pré-campanha para a Presidência da República deram a ele uma vantagem indevida na campanha para o Senado.

A análise da cassação de Moro ainda não foi marcada, mas no TRE do Paraná a expectativa é a de que o exame das ações comece no final deste mês – a Corte retoma as sessões presenciais no dia 22 de janeiro, mas o processo ainda não foi liberado para julgamento.

Nem Moro nem a desembargadora vieram a público se manifestar sobre a foto, mas no TRE ninguém acredita que ela vá se declarar suspeita.

“Acho pouco provável que ela declare suspeição, porque já julgou diversos casos envolvendo a mesma parte (Moro)”, diz um integrante do TRE do Paraná ouvido reservadamente pela equipe da coluna. “E os dois (Gebran Neto e Cláudia Cristofani) são do mesmo grupo, não deve mudar nada.”

“No fim, é seis por meia dúzia”, concorda outro integrante do TRE-PR.

Procurado pela equipe da coluna, o TRE do Paraná informou que “não irá se manifestar” quanto à foto da dezembargadora com Sérgio Moro.

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